Dança das cadeiras: José Levi deixa o comando da AGU
O chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) foi o terceiro nome a deixar o governo Bolsonaro nesta segunda
atualizado
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O advogado-geral da União, José Levi Mello, deixou o cargo nesta segunda-feira (29/3). O pedido de demissão ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ainda não foi confirmado oficialmente, mas a troca é dada como certa no Planalto e na AGU.
“Com o meu mais elevado agradecimento pela oportunidade de chefiar a Advocacia-Geral da União, submeto à elevada consideração de Vossa Excelência o meu pedido de exoneração do cargo de Advogado-Geral da União”, diz carta enviada pelo AGU, José Levi.
José Levi é o terceiro nome a deixar o governo Bolsonaro nesta segunda. A hipótese mais forte é de que ele seja substituído por André Mendonça, atual ministro da Justiça.
Uma das razões que pode ter levado à demissão de José Levi foi a ação direta de inconstitucionalidade que o presidente propôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Distrito Federal, a Bahia e o Rio Grande do Sul, estados que implementaram toque de recolher por causa da pandemia de Covid-19.
A AGU não assinou a ação, subscrita apenas por Bolsonaro. O ministro Marco Aurélio decidiu não analisar o pedido porque a peça havia sido assinada apenas pelo presidente.
Azevedo e Silva e Araújo
Mais cedo, foi informada a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a pedido do chefe do Executivo. Durante a manhã, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, pediu para deixar o cargo após pressões do Congresso.
Com a demissão de Azevedo e Silva, Bolsonaro fará uma dança das cadeiras. Isso porque a expectativa é que o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, assuma o posto. Para o lugar dele, está cotado o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que também deixará uma lacuna – que deve ser preenchida pelo senador Eduardo Gomes.
Levi comanda a AGU desde 2020, quando André Mendonça foi deslocado para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Antes, José Levi foi procurador-geral da Fazenda Nacional. A sua nomeação para a advocacia-geral foi atribuída ao ministro da Economia, Paulo Guedes.