Crítica ao Brasil não se justifica, diz Bolsonaro após Cúpula do Clima
Mais cedo, presidente se comprometeu em acabar com desmatamento ilegal até 2030 e, com isso, reduzir pela metade emissão de gases poluentes
atualizado
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Horas após se comprometer em acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e, com isso, reduzir pela metade a emissão de gases poluentes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (22/4) que “não se justifica essa crítica absurda contra o Brasil”.
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, e ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente falou que o Brasil “está lá embaixo” quando o assunto é a quantidade de gases poluentes emitidos.
Com ajuda de Salles e sem citar a fonte dos dados, Bolsonaro afirmou que a China é responsável por 30% da emissão, seguida por Estados Unidos (15%), Europa (14%), Índia (7%), Rússia (5%) e, por fim, Brasil, com 3%.
“Estamos lá embaixo. Estamos lá embaixo. Lógico que a gente quer diminuir isso daí, mas não justifica essa crítica absurda contra o Brasil. Está na cara que, no fundo, acho que é uma questão econômica que está em jogo. É isso mesmo">
Salles respondeu: “Esse aspecto climático, inclusive, presidente, os países ricos que emitem o combustível fóssil e eles têm muito mais responsabilidade. O senhor somou aí [os países citados] – dá mais de 66%. Brasil é só 3%”.
“Nós estamos sendo cobrados, e ok, é correto que se cobre, a questão do desmatamento ilegal é metade dos nossos 3%. Metade. Então é justo que eles nos ajudem com nosso 1,5% do nosso desmatamento, uma vez que nós estamos ajudando com os 66%, que é na sua maioria é combustível fóssil que nós não emitimos”, prosseguiu o ministro.
Discurso na Cúpula do Clima
Mais cedo, o mandatário do Brasil discursou durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, encontro convocado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que contou com a presença de 40 chefes de Estado.
Na ocasião, Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil tem o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e, com isso, reduzir pela metade a emissão de gases poluentes. Leia a íntegra do discurso do presidente.
“Continuamos a colaborar com esforços mundiais contra mudança no clima. Somos um dos únicos países em desenvolvimento com metas absolutas de redução de emissões, inclusive para 2025, até 40% para 2030. Coincidimos com o seu chamado [Biden] ao estabelecimento de compromissos ambiciosos. Determinei que nossa neutralidade climática seja antecipada para 2050”, disse o mandatário do Brasil.
O chefe do Executivo federal também se comprometeu a “buscar neutralidade climática até 2050”, antecipando em 10 anos a meta, e pediu “justa remuneração” pelos serviços prestados pelos biomas brasileiros.
“É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação”, declarou.