Bolsonaro diz que cobrou Moro por ação da PF contra Álvaro Antônio
Ex-ministro do Turismo é investigado por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL, em Minas Gerais, nas eleições de 2018
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (8/12) que cobrou o ex-ministro Sergio Moro, à época em que ainda chefiava a pasta de Justiça do governo, sobre investigações da Polícia Federal contra o então ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio.
Em 2019, o Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais denunciou Álvaro Antônio por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL em 2018. O indiciamento do ministro pela Polícia Federal ocorreu devido ao crime eleitoral de omissão na prestação de contas e também em razão do crime de associação criminosa (leia mais ao final da reportagem).
Durante entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro disse o caso “deu uma dor de cabeça horrível” para o governo e que as investigações eram “direcionadas” e “selecionadas” por Moro. Em nenhum momento o presidente citou o nome de Álvaro Antônio e pediu para que os entrevistados fizessem o mesmo.
“Teve um caso de um deputado federal, ex-ministro meu, que foi acusado de ter laranjas por ocasião das eleições. Polícia Federal começou a apurar. Essa matéria vazou. Pancada no respectivo ministro. Chamei o Moro. [Bolsonaro perguntou:] ‘Ô, Moro, já que está sendo divulgado pela imprensa, por que que a Polícia Federal está investigando esse ministro que foi candidato em um estado aí">
Bolsonaro continuou:
“Eu já sabia [que Moro falaria isso] e puxei para ele [os valores] de outros partidos do Brasil. Outros partidos, em especial de esquerda, o fator dá acima de 50. [Bolsonaro perguntou a Moro:] ‘Por que você não está investigando? É só para queimar o governo? Dizer que eu tenho um ministro corrupto no meu governo">