PM diz que há mortos em motim na penitenciária de Alcaçuz, no RN
Entre os feridos há internos e também um diretor da unidade, Ivo Freire. Ele se machucou de raspão com estilhaços de um tiro
atualizado
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A Polícia Militar do Rio Grande do Norte confirmou que há mortos no confronto de detentos de facções rivais iniciado nesta quinta-feira (19/1), na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O número exato, porém, não foi divulgado. Entre os feridos há internos e também um diretor da unidade, Ivo Freire. Ele se machucou de raspão com estilhaços de um tiro. As informações são do G1.
Os detentos se enfrentam com barras de ferro, vigas de madeira e pedras. Uma ambulância socorreu um preso baleado. A PM ocupa a área externa da unidade, mas evita confronto direto com os internos. Do alto das guaritas, policiais dispararam, na tentativa de conter a confusão. Segundo a corporação, os presos estão armados e se matando.
A nova rebelião ocorre no dia seguinte à retirada de 220 internos ligados ao Sindicato do Crime do RN (SDC) do local. O governo do estado remanejou presos entre três unidades visando a acalmar a situação em Alcaçuz. A Justiça, porém, determinou que parte da operação fosse desfeita.
A Vara de Execuções Penais de Nísia Floresta, cidade onde está situado o presídio, entendeu que presos foram retirados “à revelia” e estariam “correndo sério risco de morte, em especial porque a rebelião não foi controlada”.
Em nota, o Tribunal de Justiça potiguar informou que “neste momento de desconfiança entre os presos, não há possibilidade de saber quem são os presos do Sindicato do Crime”. “Só os do PCC estão se declarando como integrantes desta facção.”
A decisão de interromper a operação montada pelo estado foi tomada pela juíza Nivalda Torquato, que considerou ainda uma decisão de 2015 que interditou Alcaçuz para novos presos. “Somente por meio de documento oficial e em condições de normalidade é que se pode permutar presos”, informou a magistrada.
Transferências
A transferência de Alcaçuz envolvia a permuta com presos retirados da Penitenciária Estadual de Parnamirim, que seriam divididos entre a unidade em NÍsia Floresta e a Cadeia Publica de Natal, na zona norte da capital. O governo disse que não ia comentar a decisão da juíza, mas ressaltou que na terça-feira foi realizada uma reunião com o TJ para rear as informações sobre as transferências e organizar a operação.
“Os presos que não entraram em Alcaçuz aram a noite na Cadeia Pública de Natal. Por questão de segurança, a secretaria de segurança não pode rear informações neste momento sobre a nova operação de transferência”, disse o governo em nota. Não foi informado se os detentos retirados serão devolvidos à Alcaçuz.
Na manhã desta quinta-feira, o helicóptero da PM sobrevoava o presídio em auxílio a ação dos policiais nas guaritas que disparavam contra os presos. O conflito se intensificou e tiros ainda eram ouvidos até por volta das 11h50. (Com Agência Estado)