PF faz operação contra saques indevidos do auxílio emergencial
Segundo a investigação, ao menos 45 pessoas de baixa renda foram prejudicadas pelo esquema criminoso. Agentes públicos estão envolvidos
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (8/9), a Operação Parasitas. A ação visa combater fraudes relativas a saques indevidos do auxílio emergencial, com foco na zona sul de São Paulo. A estimativa é de que 45 pessoas de baixa renda tenham sido prejudicadas.
Segundo a polícia, os crimes eram cometidos por uma associação criminosa, que atuava da seguinte forma: agentes públicos com o ao CadÚnico eram aliciados pela organização para alterarem os dados de pessoas de baixa renda constantes do referido sistema de cadastramento, em especial, os nomes das mães e endereços.
Após essa fase, os integrantes da associação criminosa ligavam no canal de atendimento da Caixa e solicitavam o encaminhamento dos cartões cidadãos para os endereços fictícios e em comum cadastrados pelos agentes públicos cooptados.
O esquema ainda tinha a ajuda de um carteiro dos Correios. “Esses cartões chegavam à posse dos membros da associação criminosa; em sequência, eles telefonavam para a Unidade de Resposta Audível da Caixa e realizavam o pré-cadastramento de suas senhas”, diz a investigação.
Posteriormente, de acordo com a polícia, os criminosos se dirigiam a uma lotérica situada na zona sul e efetivavam a confirmação daquelas senhas, com o auxílio de uma funcionária do estabelecimento, que recebia cerca de R$ 30 por senha confirmada.
“Por fim, o grupo executava os saques indevidos dos benefícios em diversas agências bancárias de São Paulo, sempre no exato dia e na primeira hora em que os benefícios eram liberados, a fim de evitar que os reais beneficiários identificassem as fraudes a tempo e os benefícios fossem bloqueados”, diz o inquérito.
Conforme registrado em interceptação de ligações telefônicas, os membros da associação criminosa vinham atuando em fraudes contra diversos programas sociais, como seguro desemprego e Bolsa Família, há cerca de 4 anos, além de promoverem outras fraudes contra particulares.