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Isso foi sentido até nas redes sociais. Reclamações inundaram o Twitter nos últimos dias. A causa mais direta da alta seria a inflação. Mas não é só ela. A redução do plantio de milho no país e a estiagem são outras causas que também acabaram influenciando. Até a presença dos aplicativos de entregas contribui para os preços mais altos. A pamonha está entre aqueles produtos sensíveis, cuja alta do preço é sentida de imediato por seus adoradores, que não são poucos. Nesse grupo, com certeza, estão os goianos, inseridos desde cedo na tradição e habituados a terem a pamonha, seja “de sal”, doce ou à moda, como refeição cativa. Nos últimos meses, a alta do preço cobrado por uma pamonha chocou o consumidor, mas não foi só em Goiás que isso aconteceu. Pela movimentação e “revolta” das pessoas nas redes sociais, a conclusão é uma só: a pamonha está cara em várias partes do Brasil. Veja alguns comentários: oq mais me deixa triste nessa crise eh o preço da pamonha — bebeca (@rebequilda) October 18, 2021 Vou ser obrigado a fazer uma carta de repúdio contra o lugar de pamonha do lado de casa que aumentou o preço da pamonha que já era cara de 12,50 pra 18 REAAAAAAIS ABSURDO!!! isso a pamonha simples normal, a pamonha de Romeu e Julieta tá 21,50. Vinte um e cinquenta por uma pamonha — Abu Dhabiner (@_matheusabner) October 21, 2021 Me incomoda o silêncio dos goianos diante a alta no preço da pamonha! Hoje aqui na minha cidade paguei R$ 9,00 em uma. Minha amiga disse que em Gyn comprou de R$ 14,00! Cadê as manifestações na Praça Cívica??? 🤣🤣 — Nymeria Vilarinho (@NymeriaVilarin1) November 10, 2021 O Metrópoles foi em busca de explicações para esse aumento do valor cobrado. Em Goiânia, capital que possui milhares de pamonharias espalhadas pelos bairros, feiras e esquinas, e que, pela quantidade, esperava-se um preço melhor, chega-se a cobrar por uma pamonha, hoje, R$ 16, dependendo do caso. Pouco milho disponível O principal aspecto que impacta na alta do preço está relacionado ao milho, produto essencial para a produção da pamonha. Em Goiás, além dos efeitos da inflação que atinge todo o país, a colheita de milho verde reduziu drasticamente este ano, em razão da estiagem no primeiro semestre. O que os agricultores chamam de “safrinha” do milho conseguiu apenas 60% do esperado. Imaginava-se que seriam colhidas em Goiás 10 milhões de toneladas este ano, mas o resultado ficou em 6 milhões. Leia também Receita Seis receitas diferentes de pamonha para experimentar em junho Receita Aprenda a preparar pamonha com queijo de forma prática Brasil Forte chuva alaga ruas do centro histórico da cidade de Goiás; vídeo Brasil Cidades em Goiás suspendem uso de máscara sem recomendação do estado “Isso elevou muito o preço do milho. Sacas que antes eram vendidas por R$ 40 ou R$ 45 aram a ser vendidas por R$ 80”, conta o coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado. Reclamações sobre o preço do milho também aparecem nas redes. Veja: GENTE DO CÉU Pagamos 80,00 reais isso mesmo OITENTA REAIS na mão de milho hoje Não tá fácil para as pamonharias aqui em Goiânia 😢 Não recalquem do preço da pamonha Pq tá foda galera COMPREMMM PAMONHA pic.twitter.com/GKXMxlrMYg — Niniciu (@beniciosevero26) September 21, 2021 6 imagensFechar modal.1 de 6Pamonharias de Goiás tiveram de recorrer a milho de outros estados, como MG, BA e TOVinícius Schmidt/Metrópoles2 de 6Lavouras de milho não deram o resultado esperado este ano, em GoiásVinícius Schmidt/Metrópoles3 de 6Pamonha é queridinha do cardápio goiano e de boa parte do BrasilVinicius Santa Rosa/Metrópoles4 de 6Produtos que compõem a produção de pamonha tiveram alta do preço, em razão da inflaçãoDivulgação5 de 6Produto encareceu em vários estados do BrasilDivulgação6 de 6Em Goiânia, cidade que possui milhares de pamonharias, uma pamonha chega a ser vendida por quase R$ 16Divulgação Pamonharia da Roça Milho de outros estados A demanda de produção diária de pamonha não reduziu, pelo contrário. Com a chegada da frente fria e das chuvas de fim de ano em Goiás, a procura por pamonha aumentou, como já era esperado. Restou aos estabelecimentos procurarem milho em outros estados do Brasil, como Minas Gerais, Bahia e Tocantins. Essa compra de fornecedores distantes, no entanto, é outro fator que interfere no preço final do produto. No valor do milho, entram os custos de transporte, por exemplo, o que eleva ainda mais o preço pago pela matéria-prima e, por consequência, pelo produto final. Cada espiga de milho que sai de Minas Gerais e chega ao pamonheiro de Goiás custa, em média, R$ 0,33 mais cara do que o valor pago se a espiga fosse comprada no próprio estado, segundo empresários do ramo. Dependendo do contexto, o preço é até 100% mais caro do que o normal. Sem milho e de portas fechadas A situação chegou a um ponto, principalmente entre o final de agosto e início de outubro deste ano, que ou se comprava o milho mais caro vindo de outros estados ou ficava sem produzir, podendo fechar as portas da pamonharia. “Muitas pamonharias pequenas fecharam em cidades próximas a Goiânia, porque não conseguiam comprar o milho. Não tinha nem na Ceasa. Tem fornecedor nosso que ficou um mês e meio sem trabalhar. A gente nunca pagou tão caro pelo milho como agora, em quase 40 anos de funcionamento”, revela Sara Lôbo, gerente da pamonharia Frutos da Terra. O contexto goiano, cuja demanda por milho é grande e diária, já que todo dia é dia de pamonha, acaba interferindo em outros locais do Brasil. Goiás, além de ser produtor de milho e que é acostumado a fornecer para outros estados, entrou este ano na fila da compra e concorrência pelo milho produzido fora de suas divisas. Essa inflação tá foda, aumento até o preço da pamonha — faixa 🇧🇼 (@grigahc) October 28, 2021 Eu amo pamonha viu 😍 mas nesse preço to repensando meu amor kkkk — Katty (@_Kattiely) October 23, 2021 “Tudo está mais caro” O preço do milho, claro, além dos enfrentamentos de plantio e redução da colheita, eleva-se com a alta da inflação no país. Tratando-se de pamonha, todos os produtos e matérias-primas envolvidas no processo de produção registraram aumento de preço, nos últimos meses. “Não é só o milho. Tudo está mais caro”, diz Sara Lôbo. E essa percepção dela, de quem sente no dia a dia da gerência de uma pamonharia o efeito da alta dos preços, é comprovada pelos números oficiais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprova isso. 3 imagensFechar modal.1 de 3Inflação atinge produtos que compõem a fabricação da pamonhaMichael Melo/Metrópoles2 de 3Felipe Menezes/Metrópoles3 de 3Inflação atingiu 10,67%, nos últimos 12 meses, no BrasilFelipe Menezes/Metrópoles O açúcar cristal, utilizado na produção de pamonhas de doce, teve um aumento médio no Brasil de 31,58% só este ano e 42,47% nos últimos 12 meses. O sal registrou uma variação de 6,23% só de janeiro a outubro. O queijo, que vai na pamonha de sal, subiu 14,37% em 2021 e 15,15% nos últimos 12 meses. “O óleo de cozinha, por exemplo, eu pagava R$ 3,50. Hoje é R$ 7. Tem, ainda, o preço do gás, que só aumenta, do açúcar, que até pouco tempo a gente pagava R$ 10, R$ 12 e hoje está em torno de R$ 17, R$ 18. O quilo de palha de milho, porque nem toda palha dá certo para pamonha e a gente tem que comprar separado, antes era R$ 2. Hoje, está R$ 5”, expõe Sara. Efeito dos apps de entrega Não bastassem os efeitos da inflação, tem ainda outro fator que se soma a tudo isso e, também, influencia no preço final da pamonha, especialmente das que são compradas por meio de aplicativos de delivery. Normalmente, o preço cobrado pela pamonha nessas plataformas é mais caro do que o valor cobrado no próprio estabelecimento. O motivo é a taxa de 20% a 25% que é cobrada pelos apps sobre as vendas efetuadas pelas empresas cadastradas. Para tentar amenizar esse desconto, os empresários acabam aumentando o valor final do produto nos aplicativos. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta ar o canal: https://t.me/metropolesurgente.", "keywords": "inflação, Goiás, goiânia", "headline": "Pamonha tem disparada nos preços e não é só inflação. 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Pamonha tem disparada nos preços e não é só inflação. Saiba os motivos

Aumento do valor da pamonha assusta consumidores Brasil afora. Em Goiânia, pamonhas chegam a ser vendidas a quase R$ 16

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Vinícius Santa Rosa / Especial para o Metrópoles
imagem colorida mostra Pamonha com linguiça - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra Pamonha com linguiça - Metrópoles - Foto: Vinícius Santa Rosa / Especial para o Metrópoles

Goiânia – Produto que agrada muitos brasileiros, em especial goianos, mineiros e brasilienses, a pamonha registrou, recentemente, uma alta significativa nos preços. Isso foi sentido até nas redes sociais. Reclamações inundaram o Twitter nos últimos dias.

A causa mais direta da alta seria a inflação. Mas não é só ela. A redução do plantio de milho no país e a estiagem são outras causas que também acabaram influenciando. Até a presença dos aplicativos de entregas contribui para os preços mais altos.

A pamonha está entre aqueles produtos sensíveis, cuja alta do preço é sentida de imediato por seus adoradores, que não são poucos. Nesse grupo, com certeza, estão os goianos, inseridos desde cedo na tradição e habituados a terem a pamonha, seja “de sal”, doce ou à moda, como refeição cativa.

Nos últimos meses, a alta do preço cobrado por uma pamonha chocou o consumidor, mas não foi só em Goiás que isso aconteceu. Pela movimentação e “revolta” das pessoas nas redes sociais, a conclusão é uma só: a pamonha está cara em várias partes do Brasil.

Veja alguns comentários:

O Metrópoles foi em busca de explicações para esse aumento do valor cobrado. Em Goiânia, capital que possui milhares de pamonharias espalhadas pelos bairros, feiras e esquinas, e que, pela quantidade, esperava-se um preço melhor, chega-se a cobrar por uma pamonha, hoje, R$ 16, dependendo do caso.

Pouco milho disponível

O principal aspecto que impacta na alta do preço está relacionado ao milho, produto essencial para a produção da pamonha. Em Goiás, além dos efeitos da inflação que atinge todo o país, a colheita de milho verde reduziu drasticamente este ano, em razão da estiagem no primeiro semestre.

O que os agricultores chamam de “safrinha” do milho conseguiu apenas 60% do esperado. Imaginava-se que seriam colhidas em Goiás 10 milhões de toneladas este ano, mas o resultado ficou em 6 milhões.

“Isso elevou muito o preço do milho. Sacas que antes eram vendidas por R$ 40 ou R$ 45 aram a ser vendidas por R$ 80”, conta o coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado.

Reclamações sobre o preço do milho também aparecem nas redes. Veja:

6 imagens
Lavouras de milho não deram o resultado esperado este ano, em Goiás
Pamonha é queridinha do cardápio goiano e de boa parte do Brasil
Produtos que compõem a produção de pamonha tiveram alta do preço, em razão da inflação
Produto encareceu em vários estados do Brasil
Em Goiânia, cidade que possui milhares de pamonharias, uma pamonha chega a ser vendida por quase R$ 16
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Pamonharias de Goiás tiveram de recorrer a milho de outros estados, como MG, BA e TO

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Lavouras de milho não deram o resultado esperado este ano, em Goiás

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Pamonha é queridinha do cardápio goiano e de boa parte do Brasil

Vinicius Santa Rosa/Metrópoles
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Produtos que compõem a produção de pamonha tiveram alta do preço, em razão da inflação

Divulgação
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Produto encareceu em vários estados do Brasil

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Em Goiânia, cidade que possui milhares de pamonharias, uma pamonha chega a ser vendida por quase R$ 16

Divulgação Pamonharia da Roça
Milho de outros estados

A demanda de produção diária de pamonha não reduziu, pelo contrário. Com a chegada da frente fria e das chuvas de fim de ano em Goiás, a procura por pamonha aumentou, como já era esperado. Restou aos estabelecimentos procurarem milho em outros estados do Brasil, como Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

Essa compra de fornecedores distantes, no entanto, é outro fator que interfere no preço final do produto. No valor do milho, entram os custos de transporte, por exemplo, o que eleva ainda mais o preço pago pela matéria-prima e, por consequência, pelo produto final.

Cada espiga de milho que sai de Minas Gerais e chega ao pamonheiro de Goiás custa, em média, R$ 0,33 mais cara do que o valor pago se a espiga fosse comprada no próprio estado, segundo empresários do ramo. Dependendo do contexto, o preço é até 100% mais caro do que o normal.

Sem milho e de portas fechadas

A situação chegou a um ponto, principalmente entre o final de agosto e início de outubro deste ano, que ou se comprava o milho mais caro vindo de outros estados ou ficava sem produzir, podendo fechar as portas da pamonharia.

“Muitas pamonharias pequenas fecharam em cidades próximas a Goiânia, porque não conseguiam comprar o milho. Não tinha nem na Ceasa. Tem fornecedor nosso que ficou um mês e meio sem trabalhar. A gente nunca pagou tão caro pelo milho como agora, em quase 40 anos de funcionamento”, revela Sara Lôbo, gerente da pamonharia Frutos da Terra.

O contexto goiano, cuja demanda por milho é grande e diária, já que todo dia é dia de pamonha, acaba interferindo em outros locais do Brasil. Goiás, além de ser produtor de milho e que é acostumado a fornecer para outros estados, entrou este ano na fila da compra e concorrência pelo milho produzido fora de suas divisas.

“Tudo está mais caro”

O preço do milho, claro, além dos enfrentamentos de plantio e redução da colheita, eleva-se com a alta da inflação no país. Tratando-se de pamonha, todos os produtos e matérias-primas envolvidas no processo de produção registraram aumento de preço, nos últimos meses.

“Não é só o milho. Tudo está mais caro”, diz Sara Lôbo. E essa percepção dela, de quem sente no dia a dia da gerência de uma pamonharia o efeito da alta dos preços, é comprovada pelos números oficiais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprova isso.

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Inflação atingiu 10,67%, nos últimos 12 meses, no Brasil
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Inflação atinge produtos que compõem a fabricação da pamonha

Michael Melo/Metrópoles
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Felipe Menezes/Metrópoles
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Inflação atingiu 10,67%, nos últimos 12 meses, no Brasil

Felipe Menezes/Metrópoles

O açúcar cristal, utilizado na produção de pamonhas de doce, teve um aumento médio no Brasil de 31,58% só este ano e 42,47% nos últimos 12 meses. O sal registrou uma variação de 6,23% só de janeiro a outubro. O queijo, que vai na pamonha de sal, subiu 14,37% em 2021 e 15,15% nos últimos 12 meses.

“O óleo de cozinha, por exemplo, eu pagava R$ 3,50. Hoje é R$ 7. Tem, ainda, o preço do gás, que só aumenta, do açúcar, que até pouco tempo a gente pagava R$ 10, R$ 12 e hoje está em torno de R$ 17, R$ 18. O quilo de palha de milho, porque nem toda palha dá certo para pamonha e a gente tem que comprar separado, antes era R$ 2. Hoje, está R$ 5”, expõe Sara.

Efeito dos apps de entrega

Não bastassem os efeitos da inflação, tem ainda outro fator que se soma a tudo isso e, também, influencia no preço final da pamonha, especialmente das que são compradas por meio de aplicativos de delivery.

Normalmente, o preço cobrado pela pamonha nessas plataformas é mais caro do que o valor cobrado no próprio estabelecimento. O motivo é a taxa de 20% a 25% que é cobrada pelos apps sobre as vendas efetuadas pelas empresas cadastradas.

Para tentar amenizar esse desconto, os empresários acabam aumentando o valor final do produto nos aplicativos.

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