País teve 212 cidades com mais mortes em abril que em toda a pandemia
SP, RG e PR foram os estados mais atingidos. Mococa (SP) foi a cidade mais populosa a ter mais óbitos no mês ado que nos 13 anteriores
atualizado
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O Brasil registrou em abril o recorde de mortes provocadas pela Covid-19 desde o início da pandemia. Só no mês ado, o país contabilizou 82.266 vidas perdidas para a doença. E em 212 cidades brasileiras, de todas as regiões, o número de óbitos foi maior do que em todos os meses anteriores desde a primeira vítima da enfermidade confirmada no país.
Com 45 cidades, São Paulo foi o estado que teve mais registros de municípios nessa situação, o que representa 7% de todas as cidades da unidade federativa. A análise foi feita pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos números de óbitos coletados na plataforma colaborativa Brasil.io.
Veja a seguir a lista de municípios:
Mococa, localizada a 265 km da capital de SP, foi umas das cidades que registraram esse triste indicador. Com população estimada em 68.980 pessoas, segundo o IBGE, ela computou, em 30 dias, a perda de 74 habitantes. O município havia confirmado 57 mortes até março deste ano. Hoje, a cidade tem 5.444 casos e 179 óbitos pela doença.
No mês ado, houve um surto de Covid-19 entre os idosos e funcionários do Lar dos Velhinhos Dr. Adolpho Barretto, localizado na cidade. Foram 38 casos. Um idoso que vivia no lar faleceu vítima da doença. A informação é do portal G1.

O médico infectologista Eder Gatti afirma que o registro de mais mortes no último mês nas cidades é reflexo da circulação de cepas do vírus mais infecciosas e da alta em contaminações e óbitos em março.
“Regiões mais afastadas dos centros estão vendo agora uma avalanche de contaminações, que outras cidades viram em março. A pandemia funciona em ondas; essas cidades estão recebendo isso agora”, afirma Gatti.
Para o especialista, a falta de diretrizes únicas de restrição atrapalha a contenção de proliferação no país. A falta de orientação do governo federal faz com que a população fique “à mercê da crença de gestores na ciência”.
“A consequência é mais de 400 mil mortes, sem conseguir ver o fim da pandemia no país”, completa.