MPRJ investiga ação da PM que deixou dois mortos no Morro do Andaraí
Desde a decisão do STF restringiu as ações policiais a casos excepcionais na pandemia do coronavírus, mais de 500 ações foram registradas
atualizado
Compartilhar notícia

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vai investigar a ação de policias da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no morro do Andaraí que resultou em dois mortos, na zona norte, na tarde de sexta-feira (17/12). Dois acusados de envolvimento com o tráfico de drogas foram presos e um menor apreendido.
O Grupo Temático Temporário (GTT), com base na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamenta (ADPF 635), conhecida como a “ADPF das Favelas”, recebeu vídeos e fotos com informações de execuções.
O serviço 24 horas recebe denúncias de abuso policial por meio do telefone ou WhatsApp, no número (21) 2215-7003, ou por intermédio do e-mail gt-adpf635@mprj.mp.br.
Durante a ação da PM, foram mortos Carlos Alberto Vidal e Anderson da Silva Jesus, suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, como registrado na Delegacia de Homicídios da Capital. Foram presos ainda Fabrício do Nascimento Geraldino e David Rodrigues de Jesus de Souza, além de um menor.
Na ação, segundo a PM divulgou em seu canal oficial no Twitter, foram apreendidos duas armas, rádios transmissores, munições, carregadores e drogas. Procurada, a assessoria de imprensa da PM ainda não se pronunciou.
Em nota, o Ministério Público informou que “foi acionado, nesta sexta-feira (17/12), a partir das 12h42, com denúncias sobre ocorrência policial com mortes na Comunidade do Andaraí. Posteriormente, ao longo da tarde, chegaram novas notícias, com fotos e áudios, dando conta de que pessoas teriam sido executadas”.
O MP esclareceu que notificou o caso à Corregedoria da PM, que já havia adotado as providências.
Jacarezinho é a ação mais letal da história do estado
Desde junho do ano ado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as ações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia do coronavírus só podem ocorrer em casos excepcionais e com comunicação ao MP. Desde então, já foram registradas mais de 500 ações.
Uma delas, na favela do Jacarezinho, zona norte, em maio, resultou em 28 mortos. A operação é considerada a mais letal da história do estado.