MPF processa por abuso de poder delegado que agrediu professor
Delegado da Polícia Federal será investigado por agredir o professor do filho. Segundo o oficial, educador chamou aluno de “nazista” em sala
atualizado
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O delegado da Polícia Federal (PF) que agrediu e ameaçou o professor do filho, após discussão do educador com o adolescente em sala de aula, será investigado por abuso de poder pelo Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). A informação foi compartilhada pelo portal G1 e confirmada pelo Metrópoles.
O órgão informou que a unidade está ciente dos fatos, por meio de uma representação protocolada nessa terça-feira (4/7), com pedido de apuração. “Por ser muito recente, o caso ainda não foi distribuído a um(a) procurador(a) da República. Após a conclusão desse processo interno de distribuição, será possível a análise dos fatos relatados e a definição dos próximos os”, detalhou o MPF.
Após a repercussão do caso, a PF também instaurou um processo istrativo para investigar o episódio.
A cena aconteceu na última sexta-feira (30/6), quando, na saída do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo, o delegado Mário César Leal Júnior ameaçou prender o professor do filho de 13 anos. Conforme relatou a vítima, o oficial chegou a apontar uma arma para sua cabeça.
“Ele começou a gritar que ele era delegado e que eu estava preso. Apertou o meu braço e puxou, eu tentei sair; foi quando ele me enforcou, me jogou contra o carro dele e aí ele puxou a pistola e apontou na minha cara”, relatou Gabriel ao blog de Andréia Sadi.
O caso
Em boletim de ocorrência, o delegado relatou que o professor havia dito que “soltaria fogos de artifício” quando o filho saísse da escola, além de ter afirmado que o aluno era “nazista, racista, xenofóbico e gordofóbico”. O caso foi registrado na Polícia Civil do Paraná (PR) como injúria.
Gabriel, no entanto, alegou que nunca chamou o estudante de nazista, apesar de confirmar que pretende celebrar o momento em que o aluno, considerado de comportamento problemático, sair da escola.
“Eu já tinha visto ele fazer comentários de cunho preconceituoso, machista, homofóbico, gordofóbico com os professores. Todas essas coisas somavam à visão que eu tinha de comentários detestáveis que ele fazia. Inclusive, eu disse para ele que, em alguns momentos, o vi fazer brincadeiras de cunho nazista, mas eu sei que o menino não é nazista”, contou.
O professor acusou membros da polícia local de abuso de poder. Isso porque, ao tentar registrar um boletim de ocorrência, o educador foi impedido por uma suposta greve na unidade.
Procurada pelo Metrópoles, a PR negou o episódio e disse que a vítima foi intimada a comparecer com um advogado nessa terça. A corporação informou que o educador representou um pedido por injúria, lesão corporal e ameaça contra o pai do aluno.
A escola em que Gabriel é professor reforçou, em nota, que o episódio é inissível e que prestará e ao educador, afastado por recomendações médicas.
“Vale ressaltar que nada justifica uma agressão, seja física, moral ou verbal, e será sempre um ato repudiável, independentemente das razões que possam levar alguém a cometer tal atitude”, afirmou a instituição.