Máscaras acompanham idas e vindas de Bolsonaro sobre coronavírus
O presidente, que frequentemente minimiza a pandemia de Covid-19, já utilizou dois tipos de proteção: a cirúrgica e a PFF2
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), demorou a itir a gravidade do novo coronavírus, e, até ceder ao uso das máscaras para prevenção do contágio, ou por vários estágios de minimização da crise. Mas, depois que começou a utilizá-las, já aderiu a dois modelos distintos – mesmo que às vezes tenha dificuldade em colocá-las (veja os momentos do presidente com a máscara na galeria abaixo).
Bolsonaro já utilizou as máscaras cirúrgicas, que são as mais comuns, e a PFF2, ideal para conter o alastramento da Covid-19. As duas têm graus de proteção distintos.
A máscara cirúrgica tem um filtro, em apenas um sentido, que retém as partículas de quem a usa. Já os outros modelos reúnem filtros nos dois lados, ou seja, têm maior fator de bloqueio – cerca de 95% das partículas são retidas e, com isso, evitam de maneira mais eficiente o contágio da doença.
Na sexta (20/03), o chefe do Executivo fez uma transmissão ao vivo com empresários e integrantes da Esplanada dos Ministérios. Na ocasião, ele usava uma PFF2. Entretanto, retirou a máscara para falar algumas vezes, o que fere o protocolo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a máscara cirúrgica, Bolsonaro protagonizou cenas polêmicas que renderam memes nas redes sociais na quinta-feira (19/03). Ele retirou o objeto de proteção para falar, para tomar água, pôs a mão no microfone, tocou o rosto e, ao tentar colocá-la de volta, teve dificuldades.
“Gripezinha”
Repetidas vezes, Bolsonaro minimizou a ação do vírus que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo. Desde a viagem dele aos Estados Unidos, com a comitiva que hoje já tem 23 pessoas infectadas, o chefe do Planalto não demonstrou grande preocupação com as consequências da Covid-19.
Ele já chamou o coronavírus de “fantasia”, “vírus superdimensionado”, “neurose” e “histeria”. Na sexta, ele afirmou que a doença era apenas uma “gripezinha” e previu que ela não o derrubaria: “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.
No domingo (15/03), ele quebrou a recomendação da OMS e foi ao protesto pró-governo e contra o Congresso Nacional. Na ocasião, ele cumprimentou apoiadores com as mãos, pegou em diversos celulares que não eram dele, não manteve distância segura e não estava de máscara.