Cármen Lúcia negou 9 de 10 pedidos de impeachment de ministros do STF
Um deles, que pede a saída de Alexandre de Moraes, ainda não foi analisado. O magistrado foi o último a tomar posse na Corte
atualizado
Compartilhar notícia

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, rejeitou nove dos 10 pedidos de impedimento de ministros da Corte recebidos desde setembro do ano ado, quando ela assumiu o cargo, sem levar nenhum ao plenário. Um deles, contra o ministro Alexandre de Moraes, ainda não foi analisado, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Na segunda-feira (8/5), a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com uma ação para que a Corte declare o ministro Gilmar Mendes impedido de julgar habeas corpus do empresário Eike Batista.
Relator do habeas corpus de Eike e autor da decisão de soltura do empresário, Gilmar teve a atuação questionada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A alegação é de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, integra o Escritório de Advocacia Sérgio Bermudes, “que prestaria serviços” a Eike.
A assessoria de Gilmar informou que “o HC (habeas corpus) 143. 247 não tem como advogado o escritório Sérgio Bermudes”. Bermudes disse, em nota, que Eike é cliente do escritório em ações cíveis. “Jamais atuamos em processos criminais em que é réu o empresário.”
A hipótese de o pedido contra Gilmar ser levado a plenário seria inédita na história do tribunal – como foi inédito a Procuradoria ter pedido que um ministro seja declarado impedido
Histórico
As 10 arguições de impedimento que foram encaminhadas a Cármen Lúcia tinham como alvo Marco Aurélio Mello (seis), Luiz Fux (duas), Ricardo Lewandowski (uma) e Alexandre de Moraes (uma). Em cinco casos, Marco Aurélio Mello se declarou impedido antes mesmo de a ministra decidir; ela, então, apontou que o pedido estava prejudicado, já que o objetivo do autor da ação já havia sido alcançado. Nos outros quatro casos, a presidente alegou que “não se há cogitar de impedimento”.