Justiça aceita queixa-crime de Bolsonaro contra hacker da Vaza Jato
Delgatti fez diversas acusações contra Bolsonaro durante depoimento prestado na MI do 8 de Janeiro no Congresso Nacional
atualizado
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O juiz da 3ª Vara Criminal de Brasília, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Omar Dantas Lima recebeu queixa-crime apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o hacker Walter Delgatti Neto pelo crime de calúnia.
A defesa do ex-presidente entrou com o pedido após Delgatti, conhecido como hacker da Vaza Jato, fazer acusações contra o cliente em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) que apurava os atos golpistas de 8 de janeiro no Congresso Nacional.
Durante depoimento na I, Delgatti afirmou que Bolsonaro prometeu um indulto para ele fraudar as urnas eletrônicas e colocar em dúvida o resultado das eleições de 2022.
Além disso, segundo o depoente, o ex-presidente também pediu que ele assumisse a autoria de um grampo em Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Delgatti, ele e Bolsonaro teriam se encontrado no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.
Os advogados de defesa do ex-presidente, no entanto, alegaram que Delgatti fez afirmações “manifestamente mentirosas, definidas como crime, lesionando a sua honra objetiva perante inúmeras pessoas”. Disseram ainda que o hacker apresentou “alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia”.
Para aceitar a queixa-crime, nesta quinta-feira (7/3), o juiz considerou que estão presentes os requisitos mínimos para a denúncia de calúnia. Delgatti tem 10 dias para apresentar defesa.