Jornalistas de SP conseguem acordo por reajuste salarial pela inflação
A mobilização dos profissionais garantiu a reposição da inflação de 8,9% nos salários de até R$ 10 mil a partir de dezembro
atualizado
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Depois de diversas mobilizações em redações, os jornalistas de São Paulo conseguiram um acordo para receber reajuste salarial de 8,9%, acompanhando a inflação. Depois de anunciar o acerto, a categoria suspendeu a paralisação que faria na tarde desta quinta-feira (25/11).
A mobilização dos profissionais garantiu a reposição da inflação nos salários de até R$ 10 mil a partir de dezembro, e um fixo de R$ 890 para os demais. Os jornalistas também conquistaram a volta da PLR (Participação nos Lucros Reais), retirada na Convenção Coletiva 2020-2021.
O diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), Cláudio Soares, explicou o acordo fechado pelos profissionais de mídia:
“Terá a volta da PLR e a reposição da inflação de 8,9% para salários até R$ 10 mil. A resposição virá em duas partes: 5% retroativos a junho e 3,72% em dezembro. Para salários acima de R$ 10 mil, haverá um valor fixo de R$ 890, sendo R$ 500 em junho e o restante em dezembro. As diferenças entre junho e dezembro serão pagas em até três vezes. Foi mantida a multa para empresas que não têm programa de PLR, com o valor reajustado em 8,9%”, explicou.
A resposição virá em duas partes: 5% retroativos a junho e 3,72% em dezembro. Para salários acima de R$ 10 mil, haverá um valor fixo de R$ 890, sendo R$ 500 em junho e o restante em dezembro. As diferenças entre junho e dezembro serão pagas em até três vezes. Foi mantida a multa para empresas que não têm programa de PLR, com o valor reajustado em 8,9%.
O acordo ocorre após um protesto realizado no dia 10 de novembro, quando ao menos 350 trabalhadores cruzaram os braços durante duas horas reivindicando o reajuste. O movimento chegou a ser o quinto assunto mais comentado no ranking do Twitter brasileiro.
A mobilização teve adesão de veículos como Folha de S.Paulo, Estado de S. Paulo, Agência Estado, Valor Econômico, Agora, Editora Globo, UOL, Editora Abril, sucursal de O Globo e Ponte Jornalismo.
De acordo com o sindicato, a negociação com as empresas de comunicação já durava cinco meses e foi marcada pela “intransigência dos patrões”. Em carta, os profissionais avaliam que “o resultado final não é necessariamente justo, mas o possível de se alcançar após meses de desgastantes negociações”.
O presidente do sindicato, Thiago Tanji, avaliou o momento como uma vitória histórica para a categoria e lembrou que demais profissionais devem se beneficiar do movimento. Jornalistas em rádio e televisão terão sua primeira rodada de negociação da campanha salarial na próxima semana.
“Hoje as redações estão mais jovens e a moçada foi muito corajosa. acho irável”, reconheceu um dos jornalistas presentes, que emendou: “Quando a pandemia acabar, precisamos retomar o nosso espaço e ocupar o auditório Vladimir Herzog. Então, vamos nos sindicalizar”, aconselhou.
A assembleia da categoria terminou com uma salva de palmas após aprovação da carta dos jornalistas ao sindicato patronal; uma carta aos jornalistas do Agora, que comunicou seu fechamento e nos quais muitos profissional seguem com o futuro incerto; e uma moção de apoio à greve da EBC que terá início à 0h desta sexta-feira (26/11).