Heleno abre mão de coronéis da lista de testemunhas na trama golpista
Com isso, serão ouvidos outros militares e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga nas audiências conduzidas por Alexandre de Moraes
atualizado
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O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, desistiu da oitiva de duas das dez testemunhas inicialmente previstas para serem ouvidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26/5). A decisão foi acatada pelo ministro Alexandre de Moraes.
A defesa do general apresentou uma petição na noite de domingo (25/5), informando a desistência da oitiva dos coronéis Asdrubal Rocha Saraiva e Ivan Gonçalves. No entanto, os advogados não justificaram os motivos que levaram à retirada dos dois nomes.
Com isso, oito testemunhas permanecem agendadas para prestar depoimento nesta segunda-feira. Heleno havia indicado outros nomes, mas, como algumas testemunhas são conjuntas a outros investigados, os depoimentos ocorrerão uma única vez — como no caso do ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que foi ouvido na última sexta-feira (23/5) como testemunha do general.
Entre os nomes confirmados até o momento para depor nesta segunda-feira estão o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e o general Carlos José Russo Penteado, que ocupou o segundo posto no GSI durante a gestão de Gonçalves Dias, o G. Dias, no atual governo Lula.
Até agora, o STF já ouviu testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ou seja, de acusação; pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid, colaborador da investigação; pelo general Walter Souza Braga Netto; pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); e pelo ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.
Veja as testemunhas de Heleno previstas para dia 26 de maio, a partir das 15h:
Carlos José Russo Penteado;
Ricardo Ibsen Pennaforte de Campos;
Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga (testemunha também da defesa de Walter Souza Braga Netto);
Antonio Carlos de Oliveira Freitas;
Amilton Coutinho Ramos;
Valmor Falkemberg Boelhouwer;
Christian Perillier Schneider;
Osmar Lootens Machado.
Papel de Augusto Heleno
Ao denunciar Augusto Heleno, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o general integrou uma organização criminosa que atuou para manter Bolsonaro no poder.
Gonet destacou, na denúncia apresentada em fevereiro deste ano, que, em uma reunião realizada em 2022, Heleno teve como objetivo disseminar informações falsas contra o sistema eleitoral.
Uma das provas encontradas pela Polícia Federal (PF) na investigação contra o general é uma agenda apreendida na Operação Tempus Veritatis, que continha anotações sobre um plano para descredibilizar as urnas eletrônicas.
Após ser denunciado, Augusto Heleno comparou o processo aos casos da Operação Lava Jato e afirmou que a competência seria da Justiça Federal de 1° grau em Brasília, e não do Supremo.
“Em situação processual muito similar, o atual Presidente da República foi, no ado, denunciado e julgado em primeira instância pela Justiça Federal de Curitiba por fatos ocorridos durante seu mandato e em razão do mandato, mas, por não ser mais presidente, foram julgados e processados em primeiro grau. Tal qual na presente situação, onde os fatos ocorreram durante o mandato e em função, mas os denunciados não exercem mais o cargo no momento da denúncia!”, apontaram os advogados de Heleno.