Funcionários afirmam que Anvisa “não serve aos interesses de governos”
Em carta aberta, empregados do órgão destacam o “compromisso de atuar em prol dos interesses da saúde pública”
atualizado
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Funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicaram uma carta aberta, na noite de quinta-feira (10/12), em que afirmam atuar com base em critérios científicos e que a agência “não serve aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos.”
A Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa) destaca no texto que a agência é um órgão do Estado brasileiro e está a serviço do povo. Além disso, alegou que nenhuma pressão interfere no trabalho da Anvisa.
“Pressões externas são inerentes ao trabalho desenvolvido por nós, servidores da Anvisa, mas o trabalho técnico está acima de qualquer pressão (…) Ao longo dos seus 20 anos de existência, a Agência consolidou-se como uma referência no setor de saúde justamente pelo trabalho desenvolvido por seus servidores, que resultou na reconhecida excelência da sua atuação regulatória e na credibilidade de suas ações e decisões, baseadas exclusivamente em critérios técnicos e científicos”, diz o texto.
A Univisa explica que um comitê foi criado para se dedicar exclusivamente à análise dos pacotes de dados contidos nos pedidos de registro e de autorização para uso emergencial das vacinas contra a Covid-19.
“Tal comitê tem trabalhado incansavelmente, por meio de avaliação técnica criteriosa, que inclui uma análise rigorosa dos dados laboratoriais, de produção, de estabilidade e clínicos, de forma isenta e sem se submeter a qualquer tipo de pressão política e no menor tempo possível, com o objetivo de assegurar que as vacinas contra a Covid-19 que venham a ser registradas pela Agência sejam seguras, eficazes e produzidas com qualidade“, informa.
A Anvisa foi envolvida no embate entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que não concordam sobre os prazos e como a as vacinas devem ser liberadas.