Frente fria? Saiba como se cuidar durante as baixas temperaturas
Temperaturas baixas foram registradas nos últimos dias em localidades do Brasil, como a serra catarinense. Os termômetros chegaram a -3,1°C
atualizado
Compartilhar notícia

As massas de ar frio já atingem algumas regiões do Brasil no processo de transição das estações do ano. Iniciado no dia 20 de março, o outono está começando a adquirir características de inverno, com o declínio das temperaturas e da umidade. A previsão é que essa mudança do tempo afete o Sul e o Sudeste, em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, neste fim de semana.
Temperaturas baixas foram registradas nos últimos dias, como na serra de Santa Catarina, onde a temperatura chegou a -3,1°C na quarta-feira (30/4), e em Campos do Jordão (SP), em que os termômetros marcaram 7,2ºC nessa sexta-feira (2/5). No Rio de Janeiro, na região da Vila Militar, a temperatura da madrugada marcou 16,1°C.
Mestre em ciências do ambiente pela Universidade de São Paulo (USP), Andrea Ramos explica que essas temperaturas mais baixas são comuns nesses períodos de transição. “Em toda frente fria, há uma massa de ar frio de origem polar e seca. A seca irá acompanhar o frio durante este período, porque não teremos a situação de chuvas associadas. É um anticiclone que atua em altos níveis e que mantém este clima com características de declínio de temperaturas e possibilidade de geadas”, afirmou.
Ela também enfatizou que a possibilidade de chuva é pouca nesta transição. “Podemos ficar vários dias sem chuvas. Estamos em período de transição das estações, então é possível que sigamos a tendência da sensação de frio, temperaturas baixas, seca e sem condições de chuvas”, salientou.
Cuidados no frio
O pneumologista pelo Hospital de Base de Brasília Ygor Mourão destacou que, neste período, há aumento de doenças respiratórias. Segundo o especialista, síndromes gripais, processos como a bronquiolite – infecção das pequenas vias aéreas – e pneumonias (seja ela viral ou bacteriana) são as enfermidades mais recorrentes nesta época.
“As doenças respiratórias aumentam significativamente durante o outono e inverno. Isso acontece porque, além da baixa temperatura, o ar seco pode irritar via aérea e ressecar as mucosas, o que torna o indivíduo mais suscetível a infecções. Este tempo também favorece a proliferação de vírus e bactérias, sobretudo quando ficamos em ambientes mais fechados, tendo mais aglomeração e contato próximo”, enfatizou.
Para evitar doenças e tomar medidas de prevenção, o pneumologista recomenda procurar locais mais aquecidos, tomar um ar, caso fique por muito tempo em ambientes fechados, usar vestimentas que aquecem o corpo e, principalmente, se manter hidratado. “O ressecamento da mucosa é uma coisa que a gente consegue evitar com a hidratação. Manter-se em um ambiente mais arejado também seria bom”, recomendou.
O uso de máscaras e a higiene, sobretudo com as mãos, podem prevenir processo infeccioso alojado. O especialista também alertou sobre as vacinas e a busca por acompanhamento médico para tratar doenças mais intensas.
“Covid, metapneumovírus e rinovírus são os mais comuns e os principais vilões durante esse período. As vacinas são disponibilizadas na rede pública e privada e é bastante importante tomar”, salientou.