Flávio Bolsonaro diz que postagem sobre Hamas é “página virada”
Filho do presidente minimizou a repercussão da mensagem na qual ele dizia: “Eu quero que vocês se explodam”
atualizado
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O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tentou evitar nesta quinta-feira (4/4) comentários sobre a postagem nas redes sociais na qual ele citava o grupo extremista árabe Hamas e dizia: “Quero que vocês se explodam”. “Página virada, página virada”, disse o senador, ao deixar a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, onde compareceu para apoiar o ministro Ernesto Araújo, na audiência pública sobre os rumos da política externa brasileira.
“Tem um monte de acordo, o ministro acabou de falar que vai abrir uma agenda, talvez no primeiro semestre, para fazer uma rodada junto ao mundo árabe. Há investimentos no Brasil. Vamos falar de coisas positivas”, retrucou o senador ao ser questionado sobre o motivo de ter apagado a postagem.
Ele gargalhou ao ser questionado sobre uma possível reação do grupo extremista no Brasil e disse “agora acabou a entrevista. Eu queria muito que o meu Twitter tivesse uma força assim para convencer pessoas”, ironizou. “O Brasil vai ser grande vocês querendo ou não”, disse o senador, criticando a imprensa.
A postagem de Flávio foi feita na segunda-feira (2/4), enquanto o pai do senador, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), visitava, em Israel, o Muro das Lamentações. Pouco tempo depois, ele apagou o post, mas a repercussão foi grande nas redes sociais.
A organização islâmica nos territórios palestinos, responsável por cuidar das fronteiras da Faixa de Gaza, divulgou nota de repúdio à visita. “O Hamas conclama o Brasil a reverter imediatamente essa política que é contra o direito internacional e as posições de apoio do povo brasileiro e dos povos da América Latina”.
O repúdio do Hamas refere-se, também, à intenção de o presidente Jair Bolsonaro em transferir, até o final do mandato, a embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém, uma promessa de campanha que agrada os evangélicos. Antes da viagem, o presidente anunciou a criação de um escritório de negócios em Jerusalém.
Na nota, o Hamas também condena os planos de abertura do escritório. “Exigimos que o Brasil recue de imediato desta política que viola a legitimidade internacional e vai contra a posição histórica. Essa política não ajuda a estabilidade e a segurança da região e ameaça os laços do Brasil com países árabes e muçulmanos”.