Família Bolsonaro já bloqueou 157 jornalistas no Twitter, diz Abraji
Levantamento indica que além dos perfis dos profissionais da imprensa, a família do presidente bloqueou também 11 veículos de comunicação
atualizado
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Levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), nesta sexta-feira (28/8), indica que a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) já bloqueou 157 jornalistas e 11 veículos de comunicação no Twitter nos últimos dois anos.
Apenas o presidente Bolsonaro bloqueou 94 contas de jornalistas e colunistas. O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) já bloqueou 22 contas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) bloqueou 21 perfis e o senador Flávio Bolsonaro já restringiu 19 profissionais da imprensa no microblog.
Com o bloqueio, os jornalistas ou veículos de comunicação ficam impedidos pela plataforma de responder ou ter o às contas dos membros da família do presidente Bolsonaro, candidato à reeleição. O monitoramento realizado pela Abraji analisa dados desde setembro de 2020.
Além da família Bolsonaro, dados da Abraji mostram que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, candidato a deputado federal pelo Partido da Mulher Brasileira, bloqueou 42 jornalistas.
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Além do ex-ministro, o ex-secretário especial da Cultura Mário Frias já impediu 41 perfis de profissionais da imprensa de terem o aos conteúdos divulgados em sua conta no Twitter.
A esquerda também bloqueia
O levantamento aponta que políticos de esquerda também já bloquearam contas de perfis de jornalistas, como o governador do Maranhão e candidato ao Senado, Flávio Dino (PSB), que já restringiu dois perfis.
Em julho de 2021, a Abraji apresentou um mandado de segurança coletivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que solicitava que o presidente Bolsonaro realizasse o desbloqueio dos profissionais de imprensa da sua conta no Twitter.
De acordo com a associação, o bloqueio impede que os profissionais da imprensa de conseguir impressões e interagir com os políticos. “Além de não ter o à interação de outros usuários com a conta, o que funciona, na prática, como um controle exercido por um funcionário público sobre fontes de coleta de informação de jornalistas.”
Entretanto, o procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu que as redes sociais do presidente Bolsonaro não podem ser classificadas como meios oficiais de comunicação, mesmo que em seus perfis o chefe do Executivo divulgue informações sobre sua agenda governamental e ações realizadas em seu governo.