Eleita, filha de Beira-Mar é acusada na Justiça de ser braço político do pai
Fernanda da Costa (MDB), que responde uma ação penal, recebeu 3.999 votos e era a primeira suplente do MDB em Duque de Caxias
atualizado
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Fernanda Costa (MDB), filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, é ré numa ação penal sob acusação de ser “braço social e político” do pai. Ela assumiu nesta semana o cargo de vereadora em Duque de Caxias (RJ).
Ela, o irmão Felipe e outros quatro filhos de Beira-Mar respondem a ação penal na Justiça Federal de Rondônia por integrarem a organização criminosa liderada pelo traficante.
A Polícia Federal investigou bilhetes e gravações do criminoso, que enviava de dentro do presídio federal de Porto Velho (RO) recados a membros da quadrilha para manter ativa a comercialização internacional de drogas, bem como lavagem de dinheiro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A vereadora recebeu 3.999 votos e era a primeira suplente do MDB em Duque de Caxias. Fernanda se tornou parlamentar após um membro da sigla eleito para a Camara ser nomeado secretário do prefeito Washington Reis (MDB), reeleito com apoio de Flávio Bolsonaro (Republicanos).
Comando Vermelho
Fernandinho Beira-Mar já foi condenado a mais de 300 anos de prisão, e é apontado como um dos maiores líderes do Comando Vermelho do país. A filha dele, por sua vez, é descrita pelo Ministério Público de Rondônia como “responsável pelo papel social e político da organização, em razão dos serviços que presta em comunidades de Duque de Caxias”.
As principais acusações contra a vereadora se referem ao fato de usar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas para atividades assistenciais nas favelas da cidade. Para o MPF-RO, a prática configura lavagem de dinheiro.
Outra acusação contra Fernanda é a de ter participado da criação da Associação de Moradores do Parque das Missões, favela da cidade, bem como de clínicas populares de saúde, onde parte do lucro era distribuído entre membros da família.
Segundo as investigações, a vereadora também é acusada de enviar recados ao pai para solicitar aportes financeiros num bar usado para lavagem de dinheiro. Ela também liberava dinheiro para um outro acusado após visitas ao pai no presídio.
MDB
O presidente do partido em Duque de Caxias e irmão do prefeito da cidade, deputado Gutemberg Reis, afirmou, em nota, que a vereadora “cumpriu todos os requisitos necessários para fazer parte do MDB e sempre teve uma relação de respeito com os membros do partido”.
“O partido convidou a vereadora Fernanda Costa para disputar as eleições 2020 pela legenda por sua atuação política e liderança. O presidente ressalta que não há nada que desabone sua integridade moral”, destacou a nota.