Lula promete “Ministério das Questões Indígenas” se for eleito
Ex-presidente, durante discurso em acampamento no centro de Brasília, afirmou que um indígena será o chefe da pasta
atualizado
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No palanque do 18º Acampamento Terra Livre, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o dever de casa e discursou com promessas para o público que tomava conta do local. Ao lado de lideranças indígenas, ele afirmou que vai criar um ministério específico para o setor.
“Eu criei o Ministério a Pesca, da Mulher. Por que não criar o ‘Ministério da Questão Indígena">
Lula criticou bastante as decisões tomadas pelo governo Jair Bolsonaro no setor. “Vamos seremos um governo para distribuir liberdade e fraternidade, não armas, não balas. Não queremos invasão em terra indígena”, apontou. “Vivemos um governo que desrespeita os povos indígenas”, criticou.
Segundo ele, os decretos da atual gestão abriram espaço para a ocupação de terras indígenas. “Precisamos criar o dia do revogaço e revogar todos os decretos que tiram direitos dos índios, que contam a favor do desmatamento”, apontou.
Durante o discurso, o petista já falou como candidato à Presidência. “Estou disposto a voltar a governar esse país. Em 12 anos, a gente aprende muito. A gente sabe o que fez, o que não fez e o que poderia ter feito. Se a gente quiser fazer política correta para os indígenas, nós precisamos visitar os estados, conhecer o que vocês vivem, o que vocês precisam”, disse.
Veja vídeo com parte do discurso de Lula:
Pautas
Os indígenas apresentaram ao pré-candidato uma pauta com o pedido do retorno da agenda de demarcação de terras indígenas no Brasil, não ao garimpo e não à mineração.
Sônia Guajajara leu carta aberta a Lula e afirmou que aquela era a maior mobilização indígena do Brasil.
“Nossas aldeias estão constantemente sendo invadidas com avanço ilegal do garimpo, dos madeireiros. Nossas casas de rezas estão sendo queimadas. Nossas crianças, violentadas. Precisamos interromper esse processo de destruição. É hora de construirmos outro projeto civilizatório, este baseado em democracia e não existe democracia sem a demarcação das terras indígenas”, disse.
Apesar do clima a favor de Lula, as lideranças pediram que assuma ele compromissos com a pauta indígena. “Estamos aqui para entregar a ele as nossas reivindicações”, afirmou Joziléia kaingang, uma das coordenadoras do Acampamento Terra Livre.
O presidente está em Brasília desde segunda-feira (11/4) e tem participado de uma série de agendas para fechar acordos e plano político. Um dos exemplos foi o jantar com senadores. Nesta quarta (13/4), ele volta para São Paulo.