Barroso diz que seria atípico estender adiamento de eleição para todo o Amapá
Presidente do TSE afirmou que postergou apenas o pleito em Macapá a pedido do presidente do TRE-AP e de órgãos de inteligências
atualizado
Compartilhar notícia

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, explicou neste domingo (15/11) que adiou as eleições apenas em Macapá, capital do Amapá, a pedido do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado. Segundo ele, órgãos de inteligência relataram receio de “convulsão social” na capital.
“Seria muito atípico nós, aqui de Brasília, que às vezes fica um pouco longe do Brasil, decidirmos sobre uma questão do Amapá, diferentemente do que foi pedido pelo presidente do TRE-AP e recomendado pelas autoridades que fiz contato”, afirmou Barroso. “Não me ocorreu estender além do que me foi pedido”.
O ministro disse que atendeu a uma decisão do pleno do TRE-AP, mas antes telefonou para os diretores da Polícia Federal no Amapá, para Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e para o Estado-Maior do pelotão do Exército e colheu a impressão de todos.
“Todos me transmitiram que havia problema na cidade de Macapá, por causa da energia elétrica, do aumento da criminalidade e de uma inquietação social com risco de convulsão social”, disse.
Barroso contou que recebeu telefonema do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relatando a preocupação deles com a situação no estado.
“Não é uma questão banal suspender eleições, pois é necessária uma reprogramação e toda uma nova organização”, explicou Barroso.
O novo pleito está marcado para os dias 13 de dezembro, primeiro turno, e 27 de dezembro, o segundo, caso haja. Barroso, todavia, disse estar estudando antecipar a data do segundo turno.
A secretária-geral da Presidência do TSE, Aline Osorio, está em contato constante com o presidente do TRE-AP devido às eleições no município de Santana, a segunda maior cidade do estado. E, segundo Barroso, o pleito está ocorrendo de forma tranquila até agora.
O Amapá está há 13 dia com apagão, em um esquema de rodízio no fornecimento de energia, que tem causado problemas no abastecimento de água, de combustível e falta de produtos nos mercados. O problema atinge 13 dos 16 municípios, mas apenas a capital teve a eleição adiada.