IPCA-15 sobe 0,36% em maio, com alta de energia e medicamentos
O maior impacto no IPCA-15 veio da energia elétrica, que registrou variação de 1,68% influenciada pela mudança na bandeira tarifária
atualizado
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, mostra que os preços de bens e serviços subiram 0,36% em maio — recuo de 0,07 ponto percentual em relação à taxa de abril (0,43%).
Os dados referentes ao IPCA-15 foram divulgados nesta terça-feira (27/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o maior impacto veio da energia elétrica residencial, que registrou variação de 1,68% influenciada pela mudança na bandeira tarifária, que ou de verde para amarela no mês.
Embora tenha registrado alta, a prévia da inflação desacelerou em relação ao mês anterior. Isso porque o resultado veio abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava, em média, alta de 0,43% em maio.
No acumulado de 12 meses, a prévia da inflação tem alta de 5,40%, abaixo dos 5,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano, subiu 2,80%. Em maio de 2024, o IPCA-15 foi maior, de 0,44%.
O IPCA-15
- O IPCA-15 difere do IPCA, que mede a inflação oficial do país, na abrangência geográfica e no período de coleta, que começa no dia 16 do mês anterior. Por essa razão, ele funciona como uma prévia do IPCA.
- O indicador coleta dados sobre as famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Ele abrange: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
- Em abril, o IPCA-15 foi de 0,43% — um recuo de 0,21 ponto percentual em relação à taxa de março (0,64%).
- A próxima divulgação, referente a junho, será feita em 26 de junho.
Destaques da prévia da inflação
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 18 de março a 14 de abril (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 17 de março (base).
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram variação positiva no mês. Transportes (-0,29%) e Artigos de residência (-0,07%) apresentaram variação negativa em maio.
Variação de cada grupo em maio:
- Alimentação e bebidas: 0,39%
- Habitação: 0,67%
- Artigos de residência: -0,07%
- Vestuário: 0,92%
- Transportes: -0,29%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,91%
- Despesas pessoais: 0,50%
- Educação: 0,09%
- Comunicação: 0,27%
Impacto de cada grupo no IPCA-15 de maio:
- Alimentação e bebidas: 0,09 ponto percentual
- Habitação: 0,10 ponto percentual
- Artigos de residência: 0 ponto percentual
- Vestuário: 0,04 ponto percentual
- Transportes: -0,06 ponto percentual
- Saúde e cuidados pessoais: 0,12 ponto percentual
- Despesas pessoais: 0,05 ponto percentual
- Educação: 0,01 ponto percentual
- Comunicação: 0,01 ponto percentual
Energia elétrica tem maior impacto no índice
Em Habitação (0,67%) a energia elétrica residencial (1,68%) contou com o principal impacto individual no índice. Isso porque, em maio, ou a vigorar a bandeira tarifária amarela — com a cobrança adicional de R$1,885 a cada 100kwh consumidos.
Também destacam-se o desempenho da taxa de água e esgoto (0,51%) e do gás encanado (0,12%).
Vestuário e Saúde
No caso do Vestuário (0,92%), grupo com maior variação positiva em maio, exerceram maior influência as altas na roupa feminina (1,56%), na roupa masculina (0,92%) e na roupa infantil (0,36%).
Em Saúde e cuidados pessoais (0,91%), o resultado foi puxado pelos produtos farmacêuticos (1,93%), em reflexo da autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, em vigor a partir de 31 de março.
agens aéreas exerceram principal influência negativa
O resultado do grupo Transportes (-0,29%) foi influenciado pela queda da agem aérea, que recuaram 11,18%. Também se destacam a variação negativa do ônibus urbano (1,24%), em decorrência da tarifa zero aos domingos e feriados em Brasília (-17,20%) e em Belém (-11,44%).
No período, os combustíveis aceleraram de -0,38% em abril para 0,11% em maio, com altas nos preços do etanol (0,54%) e da gasolina (0,14%) e quedas no óleo diesel (1,53%) e gás veicular (0,96%).
Inflação dos alimentos desacelera em maio
O grupo Alimentação e bebidas desacelerou de 1,14% para 0,39%. A alimentação no domicílio (ou seja, os alimentos comprados nos supermercados) também arrefeceu no período, indo de 1,29% em abril para 0,30% em maio.
Contribuíram para o resultado:
- as quedas nos preços do tomate (7,28%), do arroz (4,31%) e das frutas (1,64%).
- as altas nos preços da batata-inglesa (21,75%), da cebola (6,14%) e do café moído (4,82%).
O lanche desacelerou de 1,23% para 0,84%, e a refeição saiu de 0,50% para 0,49% em maio.