IBGE: desemprego fica estável em 6,6% no trimestre encerrado em abril
No período, o número de trabalhadores com carteira assinada atingiu patamar recorde (39,6 milhões), segundo dados da Pnad Contínua
atualizado
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A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,6% no trimestre encerrado em abril — a variação mostra certa estabilidade em relação ao trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 (6,5%).
Esta é a menor variação da taxa na série histórica, iniciada em 2012, para os trimestres fechados em abril. Até então, a menor marca tinha sido observada no trimestre de 2024, com nível de desemprego em 7,5%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29/5).
Segundo o IBGE, o destaque veio do contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu patamar recorde, com 39,6 milhões de pessoas no mercado de trabalho formal.
No período, o número de pessoas em busca de trabalho (população desocupada) chegou a 7,3 milhões e apresentou estabilidade na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2025 (7,2 milhões).
Também ficou estável a população ocupada. Em 2025, o Brasil ganhou 2,4 milhões de pessoas no mercado de trabalho, um aumento de 2,4% no ano. Ao todo, 103,3 milhões têm um emprego no país.
Desemprego em 2024
- No ano ado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
- O nível de ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) de 2024 foi estimado em 58,6% e ultraou o recorde anterior de 2013, quando o índice era de 58,3%.
- Em 2024, o país teve 103,3 milhões de pessoas trabalhando — novo recorde dentro da série iniciada em 2012.
- O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) em 2024. Esse número representa alta de 16,5% em comparação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos desse tipo.
Brasil tem 7,3 milhões de desempregados
O IBGE estima que a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) do Brasil chegou a 110,5 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril — um crescimento de 0,3% frente ao trimestre de janeiro.
A população desocupada (quem não estava trabalhando e procurava por emprego) ficou estável no trimestre. Há 7,3 milhões estão desempregados no país. Em relação ao mesmo período de 2024, esse contingente recuou 11,5% (menos 941 mil pessoas).
A população ocupada (ou seja, em idade apta para trabalhar) também apresentou estabilidade, totalizando 103,3 milhões de pessoas no mercado de trabalho. Além disso, o número de empregados subiu 2,4% no ano.
Outro componente que teve baixa variação foi a taxa composta de subutilização (15,4% ou 18 milhões). O nível da população subutilizada — pessoas que não trabalham, nem estão procurando emprego, mas têm disponibilidade para trabalhar — ficou estável em comparação com o trimestre encerrado em janeiro (15,5%).
Para William Kratochwill, analista da pesquisa, “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”.
Confira os principais destaques da Pnad Contínua:
- Nível de ocupação: 58,2%
- População ocupada: 103,3 milhões
- Taxa de subutilização: 15,4%
- População subutilizada: 18 milhões
- População desalentada: 3,1 milhões
- Empregados no setor privado: 53,3 milhões
- Empregados com carteira de trabalho no setor privado: 39,6 milhões (recorde)
- Empregados sem carteira de trabalho no setor privado: 13,7 milhões
- Empregados no setor público: 12,7 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 26 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
- Taxa de informalidade: 37,9%
- Trabalhadores informais: 39,2 milhões
Carteira assinada bate recorde
A quantidade trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi recorde: 39,6 milhões, com aumento de 0,8% frente ao trimestre anterior e de 3,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano ado.
“O mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, observa o analista da Pnad.
Massa de rendimentos atinge marca histórica
Os desempregados receberam, em média, R$ 3.426 por mês no trimestre encerrado em abril — resultado considerado estável. O IBGE classifica isso como rendimento médio habitual.
O rendimento médio subiu 3,2% na comparação ao trimestre do ano anterior.
A massa de rendimento, soma dos valores recebidos por todos os trabalhadores, atingiu R$ 349,4 bilhões — novo recorde dentro da série histórica da Pnad, iniciada em 2012 —, manteve estabilidade no trimestre e ganho de 5,9% no ano.
Segundo Kratochwill, “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”.