Embargo dos EUA à carne “não é uma catástrofe”, diz ministra
O país norte-americano negou a possibilidade de abrir o mercado, pelo menos por enquanto, para o produto in natura do Brasil
atualizado
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto em destaque), comentou nesta terça-feira (05/11/2019) a decisão de os Estados Unidos manterem a suspensão da compra de carne bovina in natura brasileira. Para ela, a decisão norte-americana não é motivo de preocupação, uma vez que o Brasil vem apresentando resultados positivos na exportação de proteína.
“Eu acho que não tem essa catástrofe toda. Mesmo por que hoje estamos aí nessa euforia das exportações de carne brasileira para a China. Estados Unidos é excelente mercado, nós vamos reabrir, sim. Agora, vamos ver o que está precisando do dever de casa que faltou a gente fazer”, declarou a ministra.
Tereza Cristina disse, no entanto, ter ficado decepcionada com a manutenção do embargo. Em junho, um grupo de fiscais norte-americanos realizou vistorias em frigoríficos de seis estados do Brasil. Por esse motivo, havia uma expectativa por parte do governo de que o mercado americano seria reaberto para a carne bovina in natura ainda neste ano.
“Eu fiquei um pouco decepcionada. Achei que a gente já tinha cumprido todas as etapas, mas isso é mercado internacional, é assim que funciona”, itiu.
A ministra da Agricultura disse, ainda, que pretende discutir o assunto com o secretário de Agricultura norte-americano, Sonny Perdue, durante agenda nos EUA entre os dias 17 e 23 de novembro.
“Nós vamos lá saber, ver o que pode ser feito, o que pode ser revisto. Eu vou ver como é que vai ser encaminhado isso junto ao secretário de Agricultura americano”, disse.
Embargo
O comércio de carne in natura do Brasil com os Estados Unidos está suspenso desde 2017, ano em que foi deflagrada a operação Carne Fraca. Na época, a Polícia Federal (PF) investigou o pagamento de propinas na fiscalização sanitária de produtos de origem animal no país.
Nesse período, o Serviço de Segurança Alimentar e Inspeção (Fsis) dos EUA havia rejeitado 11% da carne in natura que foi exportada do Brasil.