Desde 2021, YouTube removeu ao menos 37 vídeos do canal de Bolsonaro
A maioria das publicações continham desinformação sobre a Covid. Em 2022, foram apenas três remoções, sendo duas por fake news sobre eleição
atualizado
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O YouTube deletou ao menos 37 vídeos do canal do atual presidente e pré-candidato ao Planalto, Jair Bolsonaro (PL), desde abril de 2021. O levantamento foi feito pela Novelo Data, que monitora a exclusão de conteúdos de perfis ligados à extrema direita.
A última remoção ocorreu nessa segunda-feira (18/7), quando a plataforma retirou do ar uma live de julho de 2021, em que Bolsonaro fez diversas alegações, sem provas, contra a segurança das urnas eletrônicas. O conteúdo da live foi usado como base para a apresentação a embaixadores, no Palácio da Alvorada, também na segunda. Na ocasião, o presidente voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o sistema de votação.
Entre os 37 vídeos, pelo menos 31 foram derrubados por conter desinformação sobre a pandemia de Covid-19, entre os dias 19 de abril e 25 de outubro de 2021. Já neste ano, a plataforma fez três remoções, duas delas por alegações infundadas acerca do processo eleitoral, que incluiu a live deletada nessa segunda.
O outro vídeo diz respeito a uma entrevista à rádio Jovem Pan de Maringá (PR), de 12 de agosto do ano ado. Durante a conversa, Bolsonaro questionou a lisura das eleições em 2018, comentou sobre a I da Covid e criticou o deputado e ex-aliado Luis Miranda, que denunciou suspeitas de corrupção na compra de vacinas. A gravação continua disponível em sua página do Facebook.
Conteúdos nocivos sobre eleições são proibidos pelas diretrizes do YouTube. Dentre suas políticas, a plataforma lista uma série de categorias de desinformação sobre o processo eleitoral, que podem resultar em punição, entre eles, o “conteúdo com alegações falsas de que fraudes, erros ou problemas técnicos generalizados ocorreram em eleições nacionais certificadas anteriores. Ou conteúdo que afirma que os resultados certificados dessas eleições são falsos.” Na mesma página, o site usa como exemplo as eleições presidenciais de 2018.
Veja os vídeos removidos pelo YouTube:
Mais derrubadas
Ainda na segunda-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou a remoção de publicações de canais de apoiadores do presidente, como o filho do mandatário, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP), Hélio Lopes (PL-RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ).
A decisão também atinge perfis populares entre a extrema da direita e conhecidos por espalhar conteúdos desinformativos, a exemplo do Jornal da Cidade Online, que já chegou a ser desmonetizado pela plataforma. Os alvos da decisão de Moraes são os conteúdos que relacionam o ex-presidente e também pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a sigla à organização criminosa do PCC e ao assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. As publicações também associavam o partido ao nazismo e fascismo.