Dallagnol: Lava Jato repatriou 20 vezes mais que soma de outros casos
O coordenador da força-tarefa da operação comentou que a ação foi dividida em quatro pilares
atualizado
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Com a Operação Lava Jato completando três anos nesta sexta-feira (17/3), procuradores do Ministério Público Federal (MPF) realizaram um balanço e traçaram perspectivas para o combate à corrupção no país nos próximos anos. O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, comentou que a ação foi dividida em quatro pilares.
“O primeiro pilar são as diferentes fases; o segundo corresponde aos acordos de colaboração; o terceiro se refere às colaborações internacionais; e o quarto é a comunicação social.” Durante a operação, foram realizadas 38 fases, com 748 mandados de busca e apreensão, comentou Dallagnol. “Até o momento, 266 pessoas foram acusadas criminalmente.”
Dallagnol afirmou ainda que não consegue avaliar se a Operação é um “ponto fora da curva” no combate à corrupção no país.
“Não sabemos se a Lava Jato fez o país sair dos trilhos da corrupção ou se voltaremos a este tipo de prática”, comentou o procurador nesta sexta-feira. Para ele, a Lava Jato tem grande representatividade e indica uma mudança no entendimento de que o crime compensa. “A operação provocou um rompimento da impunidade dos círculos de poder no Brasil.”
Para que a operação atinja um grau de perenidade e tenha repercussões positivas no futuro, o procurador pediu que o Poder Legislativo também atue para inibir as práticas de corrupção. “É necessário irmos além da Lava Jato. As medidas mais significativas no tocante à corrupção foram promovidas pelo Judiciário”, afirmou.
“A sociedade não pode colocar todos os pedidos e expectativas sobre o Judiciário – esse foi o erro da Itália (em referência à Operação Mãos Limpas). É preciso que sociedade, imprensa e Congresso caminhem para reformas”, salientou o procurador.
Segundo Dallagnol, uma das mudanças promovidas pelo Judiciário a partir da Lava Jato foi o fim do financiamento empresarial de campanhas. “Outra mudança foi a condenação em segunda instância”, lembrou.