Crise com o Paraguai: servidores da Abin reclamam de vazamento da PF
Possível espionagem do Brasil, via Abin, contra o Paraguai gerou tensão diplomática entre países e travou negociações sobre Itaipu
atualizado
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Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vão acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para questionar o vazamento de informações por parte da Polícia Federal (PF) no caso de uma suposta ação contra o governo do Paraguai. A informação foi confirmada por fontes ligadas ao órgão ao Metrópoles, nesta quarta-feira (2/4).
Espionagem contra o Paraguai
- A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é acusada de realizar uma invasão hacker contra sistemas e autoridades do Paraguai, com o objetivo de coletar informações sobre negociações envolvendo a Usina de Itaipu.
- O caso foi inicialmente foi revelado pelo portal UOL, com base em uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a “Abin paralela”.
- A operação teria sido planejada ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL) e realizada na atual istração brasileira, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
- O governo brasileiro nega que a ação tenha saído do papel.
- A PF abriu um inquérito para investigar o vazamento de informações sobre o caso.
- Depois que a operação veio à tona, o governo do Paraguai convocou o embaixador do Brasil no país, José Antônio Marcondes, para dar explicações sobre o caso.
A principal queixa dos servidores é de que a PF não teve cuidado com informações delicadas da inteligência brasileira, o que culminou na revelação da operação contra o governo paraguaio.
Para eles, existem duas hipóteses que provocaram o vazamento da operação. Uma delas vai na linha do “descuido”, “negligência” e “irresponsabilidade” ao lidar com a informação. A outra é uma exposição indevida da ação, com o objetivo de “minar” e “queimar” o trabalho da Abin.
A hipótese envolveria uma disputa interna de duas autoridades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e o chefe da PF, Andrei Fernandes.
Outro lado
Questionada sobre as reclamações, a PF informou que instaurou inquérito, nessa segunda-feira (31/3), “para apurar eventual vazamento de informações da investigação que apura estrutura paralela existente na Abin, que teria utilizado ferramentas e serviços da agência para a prática de ações ilícitas”.
As investigações, segundo a PF, estão em sigilo.