Com formação para UTI, técnicos criticam contratações temporárias
Em cadastro reserva, técnicos em enfermagem esperam serem chamados. Iges-DF e Ebserh abriram novos postos durante a pandemia de Covid-19
atualizado
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Na espera pela contratação, em um processo seletivo que durou cerca de quatro meses, técnicos em enfermagem estão indignados com a contratação temporária, por meio do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) e da Ebserh – empresa vinculada ao governo. Os certames foram lançados em caráter de emergência, por causa da pandemia de coronavírus, e a fila de espera foi ignorada.
Com foco na atuação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), os técnicos em enfermagem não entendem porque os órgãos resolveram abrir um novo processo seletivo, sendo que existem profissionais aguardando para trabalhar. Além disso, eles criticam a falta de transparência.
As candidaturas do concurso do Iges-DF foram realizadas no dia 16 de maio do ano ado. Na sequência, em 17 de julho, os aprovados na fase inicial – de análise de currículo – foram chamados para prova escrita. Já em 28 de outubro foi o teste específico para UTI. Apenas em janeiro deste ano o instituto publicou a lista de aprovados. Mas a agonia não parou por aí.
Em 29 de janeiro, o Iges-DF mandou um e-mail aos técnicos informando quem tinha sido aprovado. Mas, horas depois, o órgão afirmou que a primeira lista divulgada teve alguns “equívocos” e, por isso, iriam mandar uma segunda lista. Com isso, os enfermeiros relatam que dois concorrentes a mais surgiram e acabaram ando na frente dos demais.
Até agora, os técnicos esperam na fila de reserva. Enquanto isso, o outro processo seletivo aberto pelo instituto exige apenas currículo – sem que os candidatos tenham que ar por todas as fases de teste.
Segundo os profissionais da Saúde, há falta de transparência nos resultados. “Tentamos ligar nos telefones e ninguém consegue resolver o problema. Eles não atendem, eles não dão resposta. E o prazo do nosso processo expira no dia 10 de dezembro”, diz uma das candidatas, que não quis ser identificada. Ela chegou a mandar e-mail para o Iges-DF, mas não obteve resposta.
Ebserh
A empresa Ebserh, vinculada ao Ministério da Educação, também abriu um contrato temporário de profissionais da Saúde com foco em UTI. Os técnicos atuarão na linha de frente de combate à Covid-19 e para reposição de trabalhadores que porventura tenham que se ausentar por causa da doença.
“Essa seleção é de caráter urgente e temporária, apenas enquanto durar o estado de calamidade decretado pelo governo, não impactando os concursos públicos em andamento, que continuam seguindo seus trâmites normais”.
De até 6 mil vagas que serão ofertadas, 3 mil são para técnicos em enfermagem. Elas serão divididas pelos estados do país que estiverem com maior déficit de profissionais.
Outro lado
Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal afirmou que o cadastro reserva não foi seguido porque a contratação é temporária e emergencial. “Esses profissionais recém-contratados serão desligados obrigatoriamente em seis meses”, diz trecho.
“Os profissionais do cadastro reserva foram selecionados para contratação por tempo indeterminado e posteriormente serão convocados de acordo com a necessidade”, informou o IGES-DF.
“Cabe ressaltar, que as convocações suspensas foram apenas para candidatos em regime temporário porque estamos aguardando estruturação física de algumas unidades de saúde”, finaliza a nota.