Saúde mental e bem-estar viram empreendedorismo e impulsionam startups

Florianópolis (SC)* – O tabu de se discutir saúde mental e bem-estar caiu por terra, pelo menos entre alguns dos mais de 170 empreendedores selecionados para participar da Startup Summit 2022, maior feira sobre startup do Brasil, na última quinta (4/8) e sexta-feira (5).

Mesmo antes da pandemia, quando já era motivo de alerta para especialidades, pesquisas apontavam aumento expressivo de depressão, ansiedade e taxas de suicídio em todo o mundo.

Com a Covid-19, somada aos efeitos do luto, medo, isolamento social e readaptação a novos hábitos, os casos tiveram um “boom”. E, o que virou problema para muita gente, tornou-se espaço de empreendedorismo.

A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) mapeou, em 2022, 215 healthtec no Brasil. Dentre elas, 45% foram criadas entre 2019 e 2021, o que mostra forte relação entre a pandemia e o crescimento do ecossistema de saúde nacional.

Um desses exemplos é cearense Amar.elo, que ajuda empresas a criar ambientes emocionalmente sustentáveis e conecta empregados e empregadores a psicólogos.

“Somos uma spin-off de um hospital psiquiátrico de Fortaleza. Durante a pandemia, começamos a ter uma quantidade imensa de primeiros internamentos no hospital”, conta Lorena Soares, a COO da startup, em entrevista ao Metrópoles.

“Em 3 meses, fizemos mais de 3 mil atendimentos. A maioria estava em período de trabalho. Percebemos que não era só terapia. As pessoas precisavam ser educadas para entender o que é saúde mental e importância em tê-la”, continuou.

A mesma preocupação foi incentivo para a Arvorah, do Distrito Federal, que se especializou em conectar pacientes oncológicos e seus familiares a profissionais, oferecendo e e acolhimento através de um conceito de saúde integrativa.

A Nonno, uma plataforma para ajudar famílias que buscam por serviços de cuidado e de acompanhamento para entes queridos, acompanhou, ao longo da pandemia, uma maior procura pelo bem-estar dos idosos. Assim como a Vô Contigo, uma MobTech focada no público com mais de 60 anos, que proporciona a pessoa “liberdade de ir e vir, por meio de um transporte seguro, humanizado e afetivo”.

*A repórter viajou a serviço do Sebrae