Caminhoneiros parados: transportadoras temem “graves consequências” para abastecimento
Há registro de interrupções prolongadas no trânsito em Goiás, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia e Tocantins
atualizado
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A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), representante de 10,5 mil empresas que operam uma frota superior a 1 milhão de caminhões, prevê, em nota publicada nesta quarta-feira (8/9), “graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio“, devido ao bloqueio de rodovias federais por caminhoneiros autônomos.
Como mostrou o Metrópoles, devido à paralisação, ao menos sete estados registram bloqueios em rodovias federais: Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná, Tocantins, Mato Grosso e Bahia.
Segundo a NTC, o bloqueio nas rodovias poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, “com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas, inclusive os de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.”.
https://youtu.be/1gsMOmjhDFY
A associação manifestou total repúdio às paralisações. Em nota, a entidade também ressaltou a expectativa de que os governos estaduais e federal adotem providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional.
“As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos”, garantiu a associação, no comunicado. A entidade concluiu com uma orientação a motoristas – em caso de bloqueio ao trânsito de veículos, os profissionais devem acionar imediatamente a autoridade policial para solicitar a liberação.
Entenda
Ao menos sete estados notificam bloqueios em rodovias federais, nesta quarta-feira, subindo o nível de alerta de transportadoras e mercados. Alguns postos já começaram a ficar sem combustíveis.
O movimento é organizado por caminhoneiros autônomos, um dia após manifestantes pró-governo pedirem, dentre outras pautas, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em diversos atos pelo país.
Em Santa Catarina, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) computou, nesta tarde, ao menos 16 pontos de bloqueio em quatro rodovias federais. No Espírito Santo, há mobilizações em ao menos 10 pontos.
https://youtu.be/hz1q8jUd33Q
“Pontos de interdição nas rodovias federais no PR [Paraná] em decorrência de manifestações: BR 376 Km 109 em Paranavaí e BR 376 Km 188 em Maringá. Estão sendo retidos apenas veículos de carga. Veículos de ageiros e cargas perecíveis estão liberados”, informou a PRF do Paraná, em comunicado via rede social.
Em Tocantins, a PRF informou ao Metrópoles que um grupo de pessoas fechou a rodovia em Araguaína, utilizando pneus e um caminhão. “Ao que parece, nem todos são caminhoneiros. Esse grupo está impedindo a agens de caminhões pela rodovia. A PRF já está no local tomando as devidas providências”, detalhou.
Há registros de bloqueios parciais na BR 153, em Itumbiara, região sul do estado, e em Porangatu, norte do estado.
Em Mato Grosso do Sul, segundo a PRF, a interdição é organizada por indígenas. Ao menos dois pontos ainda estavam interditados no fim desta tarde, e outros cinco foram liberados.
https://youtu.be/F9qPrsiBdsY