Calorão no Rio: máxima pode ter recorde de 42ºC nesta segunda; entenda
Mesmo com a onda de calor, prefeito Eduardo Paes descarta qualquer possibilidade de suspensão da folia do Carnaval
atualizado
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Os próximos dias devem ser de muito calor na cidade do Rio de Janeiro. A previsão de temperatura, com a possibilidade de chegar ao recorde de 42ºC, pode colocar a cidade no nível 4 de calor (NC4), índice inédito na capital. A possibilidade acende alerta de estresse climático e reforça e necessidade de cuidados com a saúde.
Nos últimos dias, a cidade tem enfrentado o calorão e as altas temperaturas. Em coletiva de imprensa realizada nesse domingo (16/2), o prefeito Eduardo Paes destacou que o calor mais intenso se concentra nestas segunda-feira (17/2) e terça-feira (18/2).
O recorde, até o momento, aconteceu em fevereiro de 2023, quando foram registrados 41,8 graus na Estação de Irajá.
Calorão
- O calor também estará presente em outros estados, como São Paulo, onde a máxima prevista é de 38ºC. A Defesa Civil paulista chegou a emitir um alerta para a população evitar a exposição solar.
- Segundo o chefe-executivo do Centro de Operações da Prefeitura do Rio, Marcus Belchior, a medição só deve acontecer se o índice de umidade estiver baixo.
- De acordo com Eduardo Paes, apesar das temperaturas elevadas, os eventos de fevereiro, quando começa oficialmente o Carnaval, estão mantidos.
- Paes confirmou que haverá pontos de resfriamento abertos à população, como as naves do conhecimento e postos de saúde, caso a cidade alcance o NC4.
- Além disso, haverá intervalos para hidratação de funcionários que trabalham expostos ao sol e preparação da rede de saúde municipal para o aumento de atendimentos por desidratação, principalmente em idosos e crianças.
Cuidados com a saúde
Ao falar do Carnaval, Paes descartou a possibilidade de interferir na agenda dos blocos de rua.
“Nós não vamos de maneira nenhuma chegar aqui e dizer ‘olha, vamos suspender os blocos de Carnaval do Rio de Janeiro’, que sempre tiveram uma temperatura de 70 graus à sombra. Qualquer pessoa que já pulou, brincou num bloco de Carnaval da cidade sabe do que eu estou falando. Mas a gente pode chamar a atenção dos foliões para que eles bebam mais água, se hidratem melhor, tomem certos cuidados, busquem estar em lugares em que o risco à saúde seja menor”, reforçou.
Também presente na coletiva, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, revelou que o número de atendimentos por desidratação aumentou na rede pública municipal. Somente em janeiro, foram mais de 3 mil casos, principalmente com idosos e crianças. Dois bebês receberam o diagnóstico, que pode ter sido causado por excesso de roupa.
“Pessoas com cerca de 60kg devem ingerir no mínimo dois litros de água por dia. Aquelas com mais de 100 kg devem priorizar entre três a três litros e meio de água. É fundamental usar filtro solar, os certificados pela Anvisa, claro. Também recebemos muitos casos na emergência de pessoas que usam protetor solar e bronzeadores de base caseira, que geram queimaduras de primeiro, segundo ou terceiro grau”, destacou o secretário.
Recorde de calor
Durante uma apresentação de dados, o chefe-executivo do COR, Marcus Belchior, revelou que um estudo do Serviço de Mudança Climática Copernicus concluiu que janeiro ado foi o mais quente já registrado na história, com temperatura média mundial de 13,23ºC, superando em 0,79ºC a média entre 1991-2020.
Além disso, ele destacou que, nos 45 primeiros dias deste ano, 27 estiveram com nível de calor fora do NC1, quando o índice de calor é maior do que 36 graus. Na fala, ele explicou que a mudança para um nível mais crítico só acontece se o aumento de temperatura estiver aliado à baixa umidade.
De acordo com o Alerta Rio, este mês de fevereiro deve ser um dos mais secos já registrados. A média de chuva até o momento é de 0,5 mm.