Caiado: consumo de oxigênio em hospitais goianos aumentou até 500%
Govenador de Goiás expôs dados durante anúncio de novo decreto com restrições contra a Covid-19, nesta manhã, e criticou grupos contrários
atualizado
Compartilhar notícia

Goiânia – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), expôs nesta terça-feira (16/3), durante anúncio de novo decreto com medidas restritivas contra a pandemia da Covid-19, que o consumo de oxigênio em alguns hospitais do Estado aumentou até 500%, nas últimas duas semanas.
Amparado por informações da Secretaria de Estado da Saúde (SESGO), Caiado explicou que naquelas unidades que possuem maior número de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) a demanda por oxigênio quintuplicou em 15 dias e nos hospitais com menos UTIs e mais enfermarias o aumento foi de 200%, no mesmo período.
Ele aproveitou a oportunidade para criticar o grupo que fez manifestação contrária às medidas de restrição nessa segunda-feira (15/3), em Goiânia, e que chegou a bloquear completamente o tráfego da BR-153. Um congestionamento de 16 quilômetros se formou nos dois sentidos da rodovia.
“De repente, você vê algumas pessoas obstruindo a BR-153 e lá estavam caminhões trazendo oxigênio e medicamentos para hospitais. A que ponto chega a insanidade em momento tão grave como este? Por favor, seja honesto intelectualmente”, disse.
A alta demanda por oxigênio atinge tanto a rede pública quanto a privada. O Metrópoles mostrou a realidade dos hospitais particulares de Goiás, que já foram avisados pelos fornecedores do produto sobre eventual limite do fornecimento.
A ocupação das UTIs reguladas pelo Estado nesta terça-feira oscila acima dos 98%. Ao todo, já são 524 leitos disponíveis para tratar pacientes com Covid-19. Mesmo com a inauguração de novos hospitais e abertura de novos leitos, a velocidade da pandemia em Goiás desafia a estrutura hospitalar disponível.
Isolamento social considerado ruim
Um gráfico que mostra o índice de isolamento social em Goiás, desde o início da pandemia, foi mostrado pelo governador. O pico, acima dos 50% de isolamento e, portanto, na faixa considerada ideal, foi atingido em abril do ano ado. Desde então, esse porcentual sofreu queda e não ultraou mais a marca dos 40%.
De acordo com Mapa brasileiro da Covid-19 do portal In Loco, nessa segunda-feira (15/3), data da última atualização dos dados, o índice de isolamento social em Goiás era de apenas 32,9%.
O que se percebe pelo gráfico é que na maior parte do tempo, em um ano de pandemia, o isolamento em Goiás ficou na faixa considerada ruim. “Hoje está entre 32% e 35%, e isso não é nada”, expressou Caiado.
O reflexo do que ele chama de “descumprimento quase que completo por parte da população” está sendo sentido nas filas de espera por atendimento adequado. Em Inhumas (GO), cidade da região metropolitana de Goiânia, de 11 pacientes que aguardavam por leitos de UTI, sete morreram na fila de espera, no intervalo de uma semana.
“O pedido que faço neste momento a toda a população de Goiás é que reflita. Não seja induzida por discursos sem base científica, demagogos. Sabemos a dificuldade que temos, quando, infelizmente, alguns grupos tentam animalizar as suas ações e tirar proveito político-eleitoreiro de momento tão grave”, afirmou.