Bolsonaro volta a defender cloroquina; Mandetta prega cuidado
Presidente postou vídeo de entrevista de médica que quer uso amplo e rápido do remédio. Ministro da Saúde advoga esperar estudos científicos
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro foi ao Twitter na noite desta terça-feira (07/04) e voltou à carga em defesa do uso mais amplo possível da hidroxicloroquina como tratamento de pacientes com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ele postou um vídeo com entrevista da médica Nise Yamaguchi, defensora da tese de uso abrangente do medicamento, inclusive em casos mais leves.
– Imumologista/oncologista Nise Yamaguchi e o uso da Hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19. pic.twitter.com/8QwQX7Z0H7
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 7, 2020
O tuíte de Bolsonaro foi feito pouco depois de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarar, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que não poderia indicar o remédio para “todos”. Mandetta manteve a posição de que ainda não há estudos científicos validados pela academia sobre os efeitos da cloroquina em pacientes com a Covid-19, e que os protocolos atuais permitem apenas a indicação – por médicos e em casos específicos – para pacientes em estados considerados críticos ou graves. Hoje, o remédio é recomendado essencialmente para pacientes com doenças autoimunes (como lúpus) e com malária.
A posição de Nise Yamaguchi é, ao contrário, a de que a cloroquina precisaria ser istrada pouco depois da identificação dos sintomas. Ela citou, na entrevista, que advoga o uso já a partir do segundo dia sintomático. O nome da imunologista vem sendo citado como opção para substituir Mandetta caso fique insustentável a rixa entre o presidente e seu ministro.
Mandetta até afirmou que em casos moderados o medicamento poderia ser indicado – desde que os médicos assumissem os riscos e os pacientes estivessem bem conscientes da falta de confirmação científica dos efeitos e das possibilidades de reações colaterais graves. Há relatos de efeitos colaterais que vão de arritmias cardíacas a perda da visão.