Bolsonaro sobre combustíveis: governo só agirá se preço disparar
Após os EUA matarem o general iraniano Quassim Suleimani, o presidente brasileiro avalia que não terá como evitar alta nos postos
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse nesta sexta-feira (03/01/2020) que o governo federal não pretende interferir nos preços dos combustíveis estipulados pela Petrobras, mesmo se houver uma alta na gasolina, no etanol e no diesel. O chefe do Executivo federal afirmou, porém, que a ideia é esperar o comportamento, nos próximos dias, dos preços do petróleo no mercado internacional – e não descarta agir em caso de disparada no valor. O preço do produto saltou 2,6% nas primeiras horas depois do assassinato do general iraniano Quassim Suleimani, na noite de quinta (02/01/2020), em ataque aéreo assumido pelos Estados Unidos.
“Se houver aumento, tem que tomar providência. Eu converso com o [ministro de Minas e Energia] almirante Bento, com o presidente da Petrobras [Roberto Castello Branco], e com [o titular da Economia], Paulo Guedes. Mas temos uma linha de não interferir e buscar soluções”, disse Bolsonaro a jornalistas, na saída do hospital DF Star, onde a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, está internada.
Bolsonaro afirmou, ainda, que pode “apelar” para os governadores. “Vamos supor que aumente em 20% o preço do petróleo. Vai aumentar em 20% o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Não dá pra eles cederem também? Por que todo mundo perde quando mexe em combustível, toda nossa economia é afetada”, completou.
O presidente conversou nesta tarde com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Heleno, e com Castello Branco para traçarem uma estratégia caso haja aumento nos preços do combustível durante a crise entre os Estados Unidos e o Irã. O aumento no valor do barril do Petróleo, segundo Bolsonaro, é sua “maior preocupação”.
A Petrobras emitiu uma nota oficial confirmando que espera o desenrolar dos fatos nos próximos dias antes de definir eventuais aumentos dos preços dos combustíveis. Leia:
“A Petrobras, informa que, em função dos últimos acontecimentos ocorridos no Oriente Médio, segue com o processo de monitoramento do mercado internacional.
A companhia ressalta que, de acordo com suas práticas de precificação vigentes, não há periodicidade pré-definida para a aplicação de reajustes. A empresa seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços”.