Bolsonaro ataca Lula e adverte críticos: “Não continuem nos provocando”

Em um discurso com tom eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou, neste sábado (7/8), a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a defender o voto impresso, que foi rejeitado na comissão especial, mas será analisado pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Após uma motociata em Florianópolis, capital de Santa Catarina, Bolsonaro disse que “quem não quer eleição limpa e com contagem pública de votos não é democrata” e ameaçou: “Respeitem a Constituição e a vontade popular. Queremos e exigimos nada mais que o isso. Não continue nos provocando, não queria nos ameaçar, não queiram impor sua vontade. Porque quem está com Deus e com o povo tem realmente com o poder.”

“Não vai ser um ou dois ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino de uma nação. Quem teve voto, quem tem legitimidade, além do presidente, é o Congresso Nacional”, declarou ele, sem citar nomes.

O presidente citou brevemente a cidade de Pacaraima, em Roraima, que tem recebido milhares de venezuelanos, para associar o regime Maduro ao ex-presidente Lula, potencial adversário nas eleições de 2022 e, atualmente, favorito nas pesquisas de intenções de votos.

“Sabemos que apoiou aquele regime, não preciso dizer a vocês que foi o bandido de nove dedos. Não pense o ladrão de nove dedos e seus amigos que vão contar os votos dentro de uma sala secreta”, afirmou Bolsonaro.

O chefe de Estado, que buscou reforçar sua imagem às famílias e a Deus, frisou aos apoiadores que eles eram o Exército brasileiro e que deveriam lutar pela liberdade.

“Estaremos aqui o ano que vem, se Deus quiser, para fazer política. Hoje nós falamos de algo mais importante do que isso, falamos de destino da nação e responsabilidade dos seus governantes, de um bem maior do que a própria vida, que é a liberdade. Zelem por isso, tenham isso como um bem maior entre nós”, disse.

Na última quinta-feira (5/8), o presidente do STF, ministro Luiz Fux, cancelou uma reunião entre os chefes dos Poderes e criticou a postura de Bolsonaro, que tem atacado os ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, destacando que o diálogo pressupõe respeito mútuo.

A motociata deste sábado começou por volta das 11h. Durante o percurso, Bolsonaro parou, ao menos, três vezes para tirar fotos com apoiadores, causando aglomeração. Em todas as paradas foi possível perceber que poucos apoiadores usavam máscaras.

Em uma das paradas, o presidente parou em frente a uma loja da Havan, com o empresário Luciano Hang e, em outro momento, parou numa ponte e acenou para apoiadores que estavam em jet-skis.