Bebês trocados: DNA que revelará paternidade será divulgado nesta 5ª
Foram realizados testes para tentar definir se as crianças têm ou não ligação com um dos pais ou mesmo se a troca não foi com outra família
atualizado
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Enviado especial a Trindade (GO) – O Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), município da região metropolitana de Goiânia onde dois bebês foram trocados, divulgará nesta quinta-feira (01/08/2019) o resultado de quatro exames de DNA que indicarão a paternidade das crianças.
Foram realizados testes entre os dois bebês e os supostos pais Genésio Vieira, 43 anos, e Murilo Lobo, 22. Os resultados comprovarão se os recém-nascidos estão trocados entre os casais ou mesmo se não têm parentesco com as famílias.
É com este resultado que os advogados vão ancorar a defesa dos pais. Eles querem punição criminal, que depende das investigações da Policia Civil de Goiás; istrativa, que fica por conta do Hutrin; e cível, em que cogitam pedir indenização por danos morais.
O advogado Alaor Mendanha, da defesa do casal Genésio e Pauliana Maciel, 27 anos, alega que o hospital está tentando transferir a culpa para os familiares. Cogitou-se que as avós tenham trocado os bebês após o banho. “A equipe não afastou os profissionais envolvidos no caso. A mesma equipe continua trabalhando”, reclamou.
Inicialmente, o hospital informou que afastou os médicos e enfermeiros que trabalharam em 9 de julho, quando os bebês nasceram e foram trocados. A Polícia Civil de Goiás então convocou o grupo para prestar depoimento nesta terça-feira (30/08/2019).
A unidade médica, contudo, informou que eles não poderiam comparecer por estarem trabalhando e que a ausência deles impediria o funcionamento da maternidade. O advogado reclama da postura. “Outras pessoas podem ser afetadas pelo mesmo erro”, concluiu.
Desamparo
Segundo Alaor, as famílias estão desamparadas. “O hospital, em vez de dar todo o e, se afastou dos pais. Foi feita a promessa de um e psicológico e isso não aconteceu”, destacou.
A mesma crítica é endossada pelo advogado Sérgio Flauzino, que defende Murilo Lobo, 22 anos, e Aline Alves, 20. “O hospital não se deu conta do estrago que causou nessas vidas. Ele está completamente alheio”, reclama.
Para ele, o hospital “está massacrando” as famílias. “Vamos pedir reparação. É muito triste o que está ocorrendo. Além disso, outras famílias podem ter sido vítimas e não se deram conta”, ressalta.
Mães ansiosas
As mães esperam por uma conclusão. Pauliana está ansiosa para saber se os bebês que estão com elas são realmente seus filhos. “Penso no que ainda pode acontecer. O bebê pode não ser o meu. Não sei o que aconteceu. A única certeza que tenho é de que o hospital errou”, avalia.
Pauliana conta que recebeu o filho sem a identificação. Normalmente, é colocada uma tornozeleira com o nome da mãe. “Eu trouxe ele para casa sem a pulseira. Estranhei isso, foi diferente dos meus outros dois filhos. Quando temos contato com o bebê após o parto, não tem como, sob efeito de remédios, decorar o rosto do bebê”, pondera.
Ela disse que criou vínculo com a criança e que, como as pessoas verem semelhanças entre os supostos pais e o neném, isso dificulta ainda mais. “Não podemos nos levar por isso. Se os exames não confirmarem que são nosso filhos, o drama vai aumentar ainda mais. Com quem estarão?”
Aline está aflita com a possibilidade de ter que devolver a criança que está aos seus cuidados.
Investigações
Nesta quarta-feira (31/07/2019), a Polícia Civil de Goiás ouviu servidores do hospital e conversou com os advogados das famílias. Os investigadores não acreditam na possibilidade de as funcionárias terem trocado as crianças propositalmente. Para eles, os bebês trocados foram vestidos com as roupas um do outro após o banho na maternidade. As investigações continuam.
Em nota, o Hutrin confirmou a troca dos bebês e disse que afastou quem estava trabalhando nas datas de nascimento e alta das mães e crianças. A unidade de saúde também informou que apura internamente o caso e está em contato com as famílias.