Auxiliares próximos de Lupi são demitidos do Ministério da Previdência
Chefe de gabinete e assessora especial de Lupi foram exonerados. Wolney Queiroz monta equipe própria
atualizado
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Auxiliares do ex-ministro Carlos Lupi foram exonerados de seus cargos no Ministério da Previdência Social, conforme adiantado pela coluna no Metrópoles de Igor Gadelha.
Na edição desta quarta-feira (7/5) do Diário Oficial da União (DOU), foram publicadas as exonerações de Marcelo de Oliveira la do cargo de chefe de gabinete do ministro e de Renata Magioli Santos do posto de assessora especial. A chefe da comunicação da pasta Martha Imenes também deixou o posto.
No lugar de la, o novo ministro Wolney Queiroz nomeou Louise Caroline Santos de Lima e Silva para a chefia de gabinete. Ele ainda não indicou outros auxiliares.
Segundo o colunista Igor Gadelha, o novo titular da pasta também pretende fazer mudanças na Secretaria do Regime Geral de Previdência Social, que cuida diretamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O atual secretário, Adroaldo Portal, deve deixar o cargo.
De acordo com interlocutores, Wolney pretende levar Adroaldo para “mais perto” do gabinete ministerial. O secretário poderá assumir a chefia de gabinete ou uma assessoria especial do ministro.
Wolney tem dito a aliados que pretende fazer as mudanças para imprimir seu “próprio ritmo” ao ministério, e não porque os servidores estariam envolvidos em irregularidades.
Metrópoles revelou escândalo do INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles por meio de em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados haviam disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
Escândalo permeou governos Lula e Bolsonaro
- As entidades da farra dos descontos atuaram nos governos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcados pelo aumento do número de associações agraciadas com acordos com o INSS que permitiam a cobrança de mensalidade direto da folha de pagamento dos aposentados.
- No governo de Bolsonaro, o INSS foi loteado pelo Centrão e foram abertas as portas para entidades suspeitas. Enquanto que na gestão Lula, mais associações firmaram acordo e o faturamento com descontos de mensalidade disparou.
- Ambos os governos receberam alertas de fraude e chegaram até a reabilitar entidades que já haviam sido expulsas pelo INSS.
- No caso da gestão Lula, foram ignorados alertas de auditorias durante todo o período que precedeu a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e também abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, e que culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de Lupi.