Anvisa diz que é “órgão técnico” e descarta participação em audiência
Ministério da Saúde realiza uma audiência pública sobre vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) descartou participar da audiência pública do Ministério da Saúde que debate a vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em crianças entre 5 e 11 anos.
Segundo a agência reguladora, já foram apresentados dados técnicos e criteriosos sobre a vacinação para essa faixa etária, e que os pareceres estão públicos.
“A Anvisa, por seu caráter técnico, visualiza que sua participação na audiência pública não agregaria novos elementos à temática”, frisa em documento enviado à pasta.
A Anvisa aprovou em 16 de dezembro a aplicação da vacina da Pfizer em crianças. Segundo a equipe técnica da Agência, as informações avaliadas indicam que a vacina é segura e eficaz para o público infantil, conforme solicitado pela Pfizer e autorizado pela Anvisa.
Participaram da avaliação da Anvisa especialistas da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Nesta terça-feira (4/1), o Ministério da Saúde realiza uma audiência pública sobre o tema. Serão discutidos pontos como exigência de prescrição médica para aplicação e consentimento dos pais, por exemplo.
A promessa do governo é que na próxima quarta-feira (5/1) seja formalizada a recomendação e os parâmetros da imunização desta faixa etária.
Mudança de discurso
Na segunda-feira (3/1), em uma mudança de narrativa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiantou que as doses para este público devem chegar em 10 de janeiro e a campanha será iniciada na segunda quinzena do mês.
Sem detalhar, Queiroga afirmou que a vacinação infantil “está bem definida, de maneira clara e transparente” e a pasta tem uma “ampla discussão com a sociedade” sobre o tema.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra a vacinação infantil e defende a exigência de prescrição médica para a aplicação do imunizante em crianças. Na contramão, ao menos 20 estados já descartaram a medida.