Como se movem as peças do xadrez eleitoral em Minas Gerais
PT quer que Lula fique neutro, sem candidato ao governo
atualizado
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Em meados de 2021, quando a candidatura de Lula ainda estava cercada de incertezas jurídicas, o governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e o prefeito Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte, faziam questão de manter distância do petista.
Zema tinha boa relação com Bolsonaro. Kalil, reeleito prefeito com uma votação recorde, temia com razão ser contaminado pela rejeição ao PT no estado. Afinal, o governo anterior de Fernando Pimentel (PT) causou grande mal à imagem do partido.
O quadro mudou radicalmente. Agora, Zema manda dizer a Lula que poderá disputar a reeleição sem vincular-se a nenhum candidato à vaga de Bolsonaro. E Kalil ite que precisa compor-se com Lula para derrotar Zema, à frente dele nas pesquisas.
Encomendada pelo PT para consumo interno, a mais recente pesquisa do Instituto Vox Populi, que entrevistou 1.522 eleitores em 72 municípios, confere a Zema 44% dos votos, a Kalil, 24%, e ao ex-radialista e senador Carlos Viana (MDB), 4%.
O Vox testou um cenário em que esses nomes aparecem vinculados a candidatos a presidente da República. Sem apoio de nenhum deles, Zema teria 38% dos votos; Kalil, com o apoio de Lula, 32%; e Viana, com o apoio de Bolsonaro, 7%.
Dito de outra maneira: com o apoio de Lula, Kalil começaria a campanha com 32% das intenções de voto; sem o apoio; 24%. Zema, com Lula neutro, partiria de 44% das intenções de voto. Com Lula apoiando Kalil, Zema partiria de 38%.
Se a eleição presidencial tivesse acontecido à época em que a pesquisa foi aplicada, Lula teria derrotado Bolsonaro por 45% dos votos contra 23%. Em um eventual segundo turno, Lula teria vencido Bolsonaro por 52% dos votos contra 28%.
Para petistas mineiros, o ideal é que Lula fique neutro. Ele será votado por eleitores de Zema e de Kalil. E o partido poderá eleger o senador. Em agosto último, o deputado Reginaldo Lopes (PT) apareceu com 7% dos votos. Vinculado a Lula, tem agora 27%.