Líder do MST cobra mobilização contra o acordo Mercosul/União Europeia
João Pedro Stedile quer que Lula “pare de trabalhar” para europeus e diz não ver ganhos para o trabalhadores brasileiros
atualizado
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O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, cobrou do governo Lula (PT) uma posição contrária ao acordo comercial do Mercosul e União Europeia.
O economista fez uma série de posts no X para elogiar as manifestações de agricultores ses, alemães e espanhóis que param as rodovias dos seus países contra “políticas internas neoliberais”, segundo Stedile. Na verdade, os agricultores protestam contra regulamentações ambientais sobre terras agrícolas. Também exigem que os custos de produção sejam reduzidos, além de pedir mais subsídios ao diesel.
Stedile diz que esperar que Lula determine ao Itamaraty para deixar de “trabalhar para os europeus”. O líder do MST também dá uma cutucada no ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e chama de “colonizados” os diplomatas que insistem no acordo.
“Diplomatas colonizados insistem em levar adiante ‘negociações’. O acordo só beneficia a indústria europeia e o agronegócio brasileiro. Todos os demais setores sociais só perdem. Todos os movimentos do campo somos contra. Os sindicatos de metalúrgicos são contra. Entidades que acompanham a politica internacional também”, escreve o economista.
Stedile também diz ser uma “pena” o povo brasileiro não ter capacidade de mobilização como a dos ses.
Na segunda (30/01), o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a União Europeia iria encerrar as negociações com o Mercosul. Segundo o francês, é “impossível concluir conversações nestas condições”.
O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, respondeu que a atitude de Macron é o clássico protecionismo. “Ele está pensando no couro dele”, disse.
Fávaro já havia afirmado que vai atrás de outros países, além da França, para tentar fechar o acordo. Segundo o ministro, os alemães, por exemplo, estão muito interessados em fechar acordos bilaterais com o Brasil.