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Três decisões (por José Sarney)

O grande desafio dos países em desenvolvimento é, sem nenhuma contestação, o atraso científico e tecnológico.

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Imagem de jovem de origem asiática mexendo em um dispositivo móvel, cercada por um efeito de imagens que remetem à tecnologia e à velocidade da internet - Metrópoles
1 de 1 Imagem de jovem de origem asiática mexendo em um dispositivo móvel, cercada por um efeito de imagens que remetem à tecnologia e à velocidade da internet - Metrópoles - Foto: Getty Images

O grande desafio dos países em desenvolvimento é, sem nenhuma contestação, o atraso científico e tecnológico. O mundo do futuro não será de países grandes ou pequenos, mas dividido entre os países que dominam ciência e tecnologia e os que ficarão colonizados, importando as conquistas da humanidade e condenados ao atraso.

Durante o tempo em que fui presidente, procurei prestigiar estes setores em que tínhamos nomes como o de Alberto Santoro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, e o de Israel Vargas, depois ministro de ciência e tecnologia. Sempre fui fascinado pelo estudo das partículas de altas energias. Cheguei mesmo a ir aos Estados Unidos visitar o Fermilab, onde um grupo brasileiro estava participando do estudo da descoberta de partículas de altas energias. Ali era o local onde tinha sido desenvolvida a bomba nuclear. Fui recebido pelo prêmio Nobel Leon Lederman, que descobriu os neutrinos. Disse-me ele que nem o Secretário de Energia dos USA tinha visitado aquele mais avançado centro tecnológico do mundo. Naturalmente pensava: “O que vem fazer aqui o Presidente do Brasil?” Como, na véspera, Chicago, onde está instalado Fermilab, tinha ganhado o campeonato nacional de soccer, eu disse, para conquistar o auditório: “Vim para associar-me ao povo deste grande Estado na alegria da vitória do Campeonato”. Foi uma grande risada. Depois visitei o grupo brasileiro.

Pois bem. Referi-me neste artigo à discussão sobre a necessidade de regulamentação da inteligência artificial. No Congresso, o assunto tem sido debatido, e os determinados lobbies têm procurado interferir. Com isso retardam a apreciação do assunto, com prejuízo para o Brasil, chegando mesmo o STF a ameaçar que, se o Congresso não resolver, a Corte vai entrar!…

Ora, isto me faz lembrar que outras duas decisões muito atrasaram o Brasil: a primeira foi a da extinção dos partidos por um ato do Regime Militar de 64. Isso determinou a extinção da formação de lideranças e a multiplicação de partidos, chegando hoje a vinte e nove (29). A ausência de lideranças é o grande desastre da política. Com as redes sociais, surgiram quadros muito fracos, para não avançar em outros procedimentos mais graves.

Outra decisão gravíssima foi a que se referiu aos computadores e avanços digitais. Um nacionalismo vesgo fez com que se proibissem as entradas de tecnologias, na vã esperança de desenvolver um computador nacional. Isso nos atrasou de tal modo que estamos totalmente submetidos ao mercado estrangeiro. Se tivéssemos uma abertura para desenvolver uma tecnologia nossa, não estaríamos tão dependentes e teríamos uma indústria de computação e recursos humanos nessa área.

Isto nos adverte de que, se agora retardarmos a regulamentação da inteligência artificial, ou fizermos uma lei retrógrada, vai acontecer o que já vimos nessas outras decisões.

Eu tenho orgulho de dizer que, com o prestígio que dei à área científica, a Marinha conseguiu chegar ao enriquecimento de urânio na fábrica de Aramar e deu-nos condições de consolidar a nossa capacitação tecnológica, garantir o fim da disputa nuclear com a Argentina e hoje sermos o único continente do mundo a não ter armas nucleares nem disputas sobre elas.

Desenvolvemos tecnologia própria em fibra ótica e em semicondutores. Por meio do CAPES e do CNPq, demos um salto na capacitação de quadros científicos. Anos antes eu havia proposto uma lei para a volta ao país dos cientistas brasileiros, que, desestimulados, haviam saído do Brasil durante o regime militar.

Não cometamos os mesmos erros com a inteligência artificial, o grande desafio do presente.

José Sarney, ex-presidente

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