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O poder suave do Brasil (por Marcos Magalhães)

O Brasil precisa se mostrar mais ao mundo. As notícias ruins, de criminalidade e desmatamento, chegam rápido. O país não é feito só delas.

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Foto colorida de Walter Salles no Oscar - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de Walter Salles no Oscar - Metrópoles - Foto: Jeff Kravitz/FilmMagic

Primeiro foi a magia nos pés de Pelé e Garrincha. Depois foi a vez da revolução suave da Bossa Nova, que abriu caminho a gerações de músicos brasileiros que brilharam no exterior. O que mais atrai ao Brasil a simpatia do mundo? Agora chegou a vez do cinema.

O Oscar de melhor filme internacional para Ainda estou aqui leva ao resto do planeta o olhar sensível do diretor Walter Salles, as comoventes atuações dos atores Fernanda Torres e Selton Mello, a música dos anos 1970 e uma história pouco conhecida.

É a história de uma família feliz no Rio de Janeiro do início dos anos 1970, interrompida pela detenção e pelo posterior desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva. E também a história de sua incansável viúva extraoficial, Eunice Paiva, que resistiu à barbárie do autoritarismo e se transformou em defensora dos povos indígenas.

O retrato insinuado de uma ditadura nos trópicos, há meio século, pode soar algo distante para quem pouco se conecta ao que acontece no Hemisfério Sul. Mas o desenho profundamente humano do filme de Salles convida a uma conexão com o país.

E que país será esse? Aquele que sofreu duas décadas de ditadura, soube erguer a sua democracia, ainda que imperfeita, e que procura defender – apesar das metástases autoritárias – o pluralismo de sua sociedade e a sua rica herança natural e cultural.

O Brasil não é um assíduo frequentador do noticiário internacional. Atrai atenção, pelo lado negativo, por novos sinais de sua incansável criminalidade e pela persistente destruição – muitas vezes ligada à criminalidade – de suas florestas.

Conquista corações, por outro lado, de quem chega de um estressado Hemisfério Norte e por aqui encontra teimosos sinais de alegria e bem-viver, apesar de todas as dificuldades.

Pois esse outro olhar para o mundo atrai. As redes sociais estão cheias de vídeos de estrangeiros que decidem se mudar para o Brasil em busca de algo novo. “Tem que lutar, não se abater”, como ensina o antigo samba de Almir Guineto, traduzido ao espanhol em post que busca explicar o que torna os brasileiros o que eles são.

Esse jeito de ser está no coração do poder suave do Brasil. O soft power tão mencionado nos textos de relações internacionais para explicar como as nações conquistam terreno sem acionar sanções econômicas ou recorrer às forças militares.

Os Estados Unidos são mestres no uso do soft power. A própria cerimônia do Oscar, principal festa do cinema americano, é acompanhada por centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Para algumas dessas pessoas, terá sido uma novidade saber que se faz cinema de qualidade no Brasil. O Oscar de Ainda estou aqui pode ajudar bastante a furar essa bolha de desconhecimento.

Também pode ajudar o país a perceber a importância da valorização de seu próprio soft power. Esse caminho a por dois temas principais: a cultura e o meio ambiente.

No governo anterior, a política cultural era elaborada a partir de um puxadinho do Ministério do Turismo. E a política ambiental era mais ou menos algo como não se promover nenhuma política ambiental.

Assim como as artes e os esportes podem fazer muito pela imagem do Brasil, também a adoção de uma ambiciosa agenda ambiental pode ajudar a conquistar corações e mentes ao redor do planeta.

Ações como a preservação de florestas, o replantio de áreas degradadas, a proteção da vasta biodiversidade e a expansão do uso de energias renováveis, acompanhadas da redução da emissão de gases do efeito estufa, são boas tanto para o país como para o planeta.

O Brasil precisa se mostrar mais ao mundo. As notícias ruins, de criminalidade e desmatamento, chegam rápido. O país não é feito só delas. Ele tem um vasto potencial a ser explorado e divulgado.

 

Marcos Magalhães. Jornalista especializado em temas globais, com mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton (Inglaterra), apresentou na TV Senado o programa Cidadania Mundo. Iniciou a carreira em 1982, como repórter da revista Veja para a região amazônica. Em Brasília, a partir de 1985, trabalhou nas sucursais de Jornal do Brasil, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Manchete e Estado de S. Paulo, antes de ingressar na Comunicação Social do Senado, onde permaneceu até o fim de 2018.

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