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Cop 26: muita , pouca ação (por Emiliano Lobo de Godoy)

Troca de programas não tem como foco atualização, melhora ou correção de problemas do Bolsa Família

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Protesto contra aquecimento global COP26
1 de 1 Protesto contra aquecimento global COP26 - Foto: Getty Images

No último dia 13 encerrou-se a 26ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática – Cop 26, com quase 200 países assinando mais um acordo para limitar o aquecimento global a 1,5° C. No ano que vem, na Cop 27 a ser realizada no Egito, novos compromissos devem ser assinados para a redução de emissão de gases de efeito estufa.

O problema é que o tempo da degradação é diferente do tempo das conferências. As mudanças climáticas já causam perdas de vidas, de terras e de meios de subsistência nos dias de hoje.

Não são mais preocupações do futuro. Tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, tornados são cada vez mais frequentes e com graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais.

Desde abril de 1995, na primeira Conferência do Clima em Berlim, ficou estabelecido que todos os países deveriam tomar ações mais enérgicas para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Em outras palavras, há 26 anos que acordos com esses propósitos são assinados e, em nosso mundo real, a situação só piora.

Isso nos remete ao nosso memorável Mané Garrincha. Reza a lenda que na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, o técnico Vicente Feola, explicou na prancheta a tática para derrotar a seleção da antiga União Soviética: Nilton Santos lançaria a bola da esquerda para o meio de campo e, este, para a direita nos pés de Garrincha, que driblaria três adversários e cruzaria para Mazola cabecear na grande área e fazer o gol.

Com fingida ingenuidade, Garrincha perguntou: “Seu Feola, o senhor já combinou isso com os russos?”.

Inspirados em Garrincha, devemos perguntar: a redução na emissão de gases de efeito estufa já foi combinada com os países e indústrias cujas economias são baseadas em combustíveis fósseis? O consumo de carvão será eliminado ou apenas reduzido? O desmatamento será controlado?

Haverá incentivos para o fomento de energias renováveis? Os países mais ricos irão apoiar financeiramente e tecnologicamente os países mais vulneráveis para enfrentarem as mudanças climáticas, conforme prometido em Paris em 2015?

O fato é que os 151 novos compromissos climáticos nacionais apresentados antes e durante a Cop 26 não conseguem colocar o mundo no caminho certo para limitar o aquecimento a 1,5° C. Os negociadores concordaram em fortalecer ainda mais as metas para 2030, intensificar o apoio financeiro aos países em desenvolvimento e finalizar as regras para implementar o Acordo de Paris. Mas como fazer isso, ainda não se sabe. Serão necessárias mais conferências.

Um dos acordos firmados defende a necessidade de “acelerar” a transição energética para fontes limpas. Utilizar o termo “fontes limpas” no lugar de “fontes renováveis” esconde um bom truque. Fontes renováveis são obtidas de recursos naturais que nunca se esgotam, uma vez que são repostos pela própria natureza. Já “fontes limpas” podem incluir até mesmo o uso do carvão para a geração de energia, desde que seja utilizado de “maneira limpa”. A questão é saber quem define o que é utilizar de “maneira limpa”.

Além disso, falar em “acelerar” essa transição após 26 anos da realização da Cop 1, quando essa questão já era urgente, parece uma certa ironia. Se tirássemos o freio de mão dessa transição já seria um grande avanço.

Já ou da hora de, ao invés de gastar tinta assinando acordos, em planos de ação. Ao invés de em protocolos, em a liberação de recursos. Ao invés de em declarações, em a transferência de tecnologias.

É preciso fazer com que os discursos de aberturas das conferências sejam compatíveis com os resultados finais alcançados. O que resta das conferências é a indagação de quantas mais serão necessárias para isso ficar evidente.

 

Emiliano Lobo de Godoi escreve no Capital Político. É Diretor Geral de Extensão e coordenador do Programa Sustentável da Universidade Federal de Goiás. Graduado em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (1988), com mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Goiás, estágio de pós-doutoramento em Licenciamento Ambiental pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. É professor visitante da Universidade de Playa Ancha, Valparaíso, Chile e Universidade de Lisboa.

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