Apesar de parecer apenas uma história folclórica, ela é acompanhada de raízes históricas e culturais, além de características comportamentais e fisiológicas fascinantes.
Por serem extremamente ágeis, com reflexos apurados e grande equilíbrio, os gatos conseguem sobreviver a situações que seriam fatais para outros animais, como cair de grandes alturas, por exemplo.
Ao longo do tempo, a habilidade natural dos felinos em escapar ilesos ou se recuperar rapidamente de acidentes vistos como graves alimentou a ideia de eles terem sete vidas.
“Embora não haja base científica, a teoria das sete vidas surgiu a partir da observação popular. Os gatos sempre foram cercados de mistério e simbolismo”, explica a médica-veterinária Bárbara Lopes.
Em países de língua portuguesa e espanhola, fala-se em sete vidas, nos de língua inglesa, nove. "Esses números têm significados místicos e foram associados aos gatos pela capacidade de sobrevivência".
Além de serem bastante resistentes a quedas de grandes alturas, os gatos também costumam ar a imagem de serem mais fortes às doenças.
De acordo com a médica-veterinária Kássia Vieira, isso acontece porque os felinos foram domesticados mais recentemente e ainda mantêm comportamentos herdados de seus ancestrais selvagens.
“Os ancestrais dos gatos eram pequenos felinos selvagens que podiam ser predados por animais maiores, especialmente se mostrassem fragilidade. Por isso, gatos escondem sinais de doença", diz Kássia.
"Muitas vezes, só percebemos que o gato está doente quando ele para de comer ou quando o quadro já está avançado. Esse comportamento ancestral de não demonstrar fraqueza continua presente”, explica.