O vereador André Luiz de Paula, do Republicanos de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi desligado do quadro de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus. A informação foi divulgada pela própria igreja nesta segunda-feira (27), depois da prisão do vereador na noite de sexta-feira (24). Segundo a polícia, André estava dirigindo alcoolizado. A defesa do vereador rebateu a prisão e questionou o fato de só André, homem negro, ser preso. Leia a nota na íntegra abaixo.

Conforme o comunicado da Igreja Universal do Reino de Deus, atualmente André estava licenciado das funções eclesiásticas para se ocupar exclusivamente da atividade pública em Pinhais. Apesar disso, a igreja optou por desligá-lo, por ter violado o regimento interno da Instituição e os padrões bíblicos observados, “ao praticar conduta que fere os bons costumes e que são incompatíveis com a atividade pastoral”.
A igreja reforçou ser de conhecimento público que a Universal exige de todos os membros de seu corpo eclesiástico um comportamento irretocável, “para que possam exercer a função missionária a eles confiada como um verdadeiro exemplo de conduta para a comunidade onde atuam”.
Conforme o comunicado, qualquer integrante de seu corpo eclesiástico – bispos e pastores – que decida ingressar em carreira política, obrigatoriamente, licencia-se da igreja e a a se ocupar exclusivamente da atividade pública.
Apesar de afastá-lo do ministério, a Universal informou que vai continuar oferecendo apoio espiritual a André Luiz e sua família, “para que encontrem forças neste momento e prossigam lutando pela salvação da alma por meio da comunhão com Deus”.
Defesa rebate prisão
Segundo a defesa de André Luiz de Paula, os fatos não ocorreram da forma como divulgados pelos veículos de comunicação, “sendo que causa estranheza o fato de que a abordagem ocorreu supostamente para averiguação da conduta do vereador e de mais três pessoas branas, mas apenas o vereador que é negro acabou sendo detido”.
Sobre o vandalismo na cela, a defesa disse que André não teve qualquer intenção de praticar o ato, “muito menos promoveu qualquer tipo de dano ao local”.
“De qualquer forma, considerando que o mesmo já foi posto em liberdade, necessário que sejam observadas as garantias constitucionais que lhe são asseguradas, especialmente quanto à resunção de inocência, bem como a ampla defesa e o contraditório”, diz a defesa do vereador.
Por fim, o vereador também disse que já se encontrava licenciado da igreja a qual pertencia, “no entanto, visando resguardar a imagem da referida instituição que não possui qualquer responsabilidade por atos praticados por seus membros, aderiu à decisão de desligamento promovida pela instituição”.
Não ficou preso
A Polícia Civil informou, por nota, que o vereador foi apresentado à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) pela Polícia Militar.
Ele foi autuado em flagrante por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool (art 306 – CTB).
“Após a detenção, o individuo causou danos à cela, sendo realizado flagrante desse fato também”. Apesar disso, André de Paula foi solto por ordem judicial, no sábado (25).